O Bloco de Esquerda diz que Cavaco Silva não tem mandato para impor uma maioria. Já o Partido Comunista diz que apelo do Presidente não deve ser a principal preocupação dos portugueses.
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Para João Oliveira, lídar da bancada comunista, o apelo de Cavaco Silva não deve ser a principal preocupação dos portugueses a 4 de Outubro, o dia marcado para as legislativas. O deputado diz que "os portugueses têm bem presente que as maiorias absolutas, quer do primeiro-ministro Cavaco Silva, quer de José Sócrates, ou esta maioria absoluta de Passos Coelho e Paulo Portas, significaram estabilidade política mas também significaram grandes prejuízos na vida das pessoas". Em declarações à TSF, João Oliveira afirma que as "maiorias absolutas não devem condicionar os portugueses a não ser para rejeitarem as maiorias que sirvam, para perpetuar a política que o PS, PSD e CDS têm feito".
Também o líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Pedro Filipe Soares, repudiou o discurso de Cavaco Silva considerando que o Presidente não tem um mandato para impor ao país uma maioria.
"Quem tem a voz numas eleições é o povo que elege deputados, que depois vão eleger um Governo, e esta é a sequência normal que tem de ser respeitada pelo Presidente da República", sublinhou Pedro Filipe Soares aos jornalistas, acrescentando que Cavaco Silva "não tem nenhum mandato para agora estar com a mania da maioria que quer impor ao país".
O líder bloquista reagia assim na Assembleia da República à declaração do Presidente da República, que anunciou hoje a data das eleições para o dia 04 de outubro.
O Presidente da República considerou "desejável" que o próximo Governo disponha de apoio "maioritário e consistente" na Assembleia da República e seja "sólido, estável e duradouro" para prosseguir uma política que traga mais riqueza e mais justiça social.