O Bloco de Esquerda lembra que, nos últimos 12 anos, os portugueses pagaram 40 mil milhões em comissões. Mariana Mortágua responde ao Presidente da Caixa Geral de Depósitos.
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O Bloco de Esquerda quer proibir a cobrança de comissões, por exemplo, em operações em plataformas como a MB Way, além de retomar a ideia de uma conta básica universal que substitua o atual sistema de serviços mínimos bancários.
Em conferência de imprensa, a deputada Mariana Mortágua explicou que o atual sistema de serviços mínimos bancários "tem travões" que impedem que seja universal: "Apenas 78 mil clientes" estarão a ser abrangidos, pelas contas do Bloco.
O BE propõe, por isso, uma conta básica universal, acessível a todos os cidadãos, independentemente de terem ou não outra conta e com os mesmo custos do atual sistema de serviços mínimos.
Entre os diplomas apresentados pelo Bloco de Esquerda consta a proibição de cobranças de comissões nas operações em plataformas eletrónicas operadas por terceiros, como a aplicação MB Way.
Entre outras comissões "bizarras" que o Bloco pretende proibir estão, por exemplo, a emissão de distrate e liquidação de empréstimos concedidos, ou comissões aplicadas ao processamento de prestações de crédito habitação.
Mariana Mortágua considera que, no passado recente, "os votos cederam à pressão da banca" mas acredita que "a pressão pública transversal" possa ter eco junto de outros partidos.
"Contribuintes não aceitam, ser nêsperas"
A pensar no banco público, fica a recomendação ao governo que elabore "um livro de regras" para a política de comissões bancárias da Caixa Geral de Depósitos. E se recentemente Paulo Macedo presidente da CGD disse que a caixa não seria a nêspera que fica quieta à espera que a comam. Mariana Mortágua devolve a imagem:" Os contribuintes portugueses já arcaram com 18 mil milhões de injeções diretas na banca, já arcaram com 3 mil milhões de benefícios fiscais à banca, com 40 mil milhões de comissões cobradas, eu diria que são os contribuintes portugueses que já não aguentam ser a nêspera que está deitada, quieta, sem fazer nada, à espera que alguém a coma."
"Penso que já é tempo de o Parlamento possa tomar uma posição para travar este abuso das comissões bancárias", defendeu a deputada do Bloco.