Bolseiros brasileiros confrontados com fraca qualidade dos cursos das universidades portuguesas
Os bolseiros brasileiros estão a ser confrontados com a alegada fraca qualidade dos cursos das universidades portuguesas. Quase dez mil estudantes foram convidados pelo governo brasileiro a mudarem de destino.
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Dos mais de 2500 bolseiros do programa que estão em Portugal, quase 70% estão em universidades consideradas mais fracas do que as principais instituições de ensino do Brasil.
Estes dados resultam de um "ranking" citado pelo Estado de São Paulo e que, escreve o jornal, preocupam os gestores do programa e terão levado, na sexta-feira, os responsáveis do Ciência Sem Fronteira a notificar perto de dez mil candidatos ao intercâmbio em Portugal sobre a possibilidade de trocarem de país-destino.
Segundo o jornal, para chegar aos números, o estado brasileiro cruzou as informações sobre a quantidade de bolsas atribuídas até janeiro deste ano, com o ranking mais atualizado de um reconhecido grupo internacional, que classificou as melhores universidades da América Latina, Portugal e Espanha.
Na página da coordenação de aperfeiçoamento do pessoal de nível superior, uma das responsáveis do programa, nenhuma universidade portuguesa está incluída na seleção das melhores instituições europeias, sobretudo na área de engenharia e tecnologia, considerada prioritária no âmbito do Ciência Sem Fronteira.
Na nota publicada, esta segunda-feira, a instituição argumenta que em causa está o número de candidaturas para Portugal, que ultrapassou largamente a lista para outros países.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, também gestor do programa, já disse que está à procura de parcerias com as melhores universidades disponíveis, acrescentando que o Ministério da Educação está a desenvolver o programa inglês sem fronteiras para aumentar o número de bolseiros enviados para os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Grã-Bretanha.