O presidente da associação que representa os bolseiros de Investigação Científica explicou que os cortes são superiores a 50 por cento em bolsas de doutoramento e pós-doutoramento.
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A Associação dos Bolseiros de Investigação Cientifica denunciou o que qualifica serem cortes brutais nas bolsas atribuídas em 2013, o que motivará uma concentração junto à sede da Fundação para a Ciência e Tecnologia na próxima semana.
Em declarações à TSF, o presidente desta associação explicou que os cortes feitos são superiores a 50 por cento no que toca a bolsas de doutoramento e pós-doutoramento e considera que a FCT tinha margem para atribuir mais bolsas.
André Janeco lembrou que esta situação está a fazer com que «milhares de candidatos não tenham trabalho e perspetivas de trabalho na investigação e na ciência e não terem sequer direito ao subsídio de desemprego», por serem bolseiros.
Para responder a prazos de inscrição e candidatura, muitos investigadores já gastaram dinheiro em propinas e outras despesas que não podem continuar a suportar, lembra esta associação.
André Janeco criticou ainda a «precariedade promovida pelo Estado» assente no estatuto de bolseiro de investigação, considerando que deveria existir um contrato de trabalho e não uma espécie de bolsa, porque não está em causa um estudo.
«Para fazer este trabalho científico, têm de o fazer em exclusividade e não podem ter outro tipo de atividade. Sabendo dos prazos dos concursos, todos atrasados, as pessoas tiveram de planear a sua viva a partir de 1 de janeiro não terem uma atividade profissional para poder trabalhar na ciência», concluiu.
O Ministério da Educação remete para uma análise global. Em resposta a um pedido de comentário da TSF, o gabinete de Nuno Crato diz que esses números devem ser vistos num contexto de outros concursos também com bolsas atribuídas.
Nessa medida, diz o ministério, o dinheiro injetado no sistema cientifico é atualmente mais do que em anos anteriores, só comparável a 2007, devido a uma maior eficácia de gestão de fundos, nomeadamente dos comunitários.