A união começou com uma agenda cultural conjunta. Hoje as cidades de Chaves, em Trás-os-Montes e Verín, na Galiza já partilham piscinas, bibliotecas e até as termas. Mas a Eurocidade Chaves-Verín quer chegar mais longe.
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António Cabeleira, presidente da Câmara de Chaves, fala do futuro da Eurocidade Chaves-Verín com um troféu ao lado. O prémio RegioStars para "melhor projeto Europeu" tem lugar privilegiado no gabinete e dá força à equipa para sonhar com uma partilha quase total de serviços entre as duas cidades.
O galardão, que pretende distinguir os projetos mais inovadores e inspiradores da Europa financiados por fundos da política de coesão da União Europeia, veio diretamente de Bruxelas. António Cabeleira acredita que o que diferencia este projeto de cooperação transfronteiriça é o trabalho que tem feito para eliminar as barreiras que existem entre duas cidades geograficamente muito próximas, mas que pertencem a dois países diferentes.
Chaves fica no nordeste transmontano, Verín na Galiza. Mas é normal que as pessoas dos dois lados se confundam. Atualmente, através do cartão de eurocidadão, os moradores de Verín podem, por exemplo, usar as Termas de Chaves com desconto. Mas o autarca flaviense espera que a partilha possa chegar às áreas da saúde ou até mesmo da educação. E até já pensa em criar um transporte público pendular, um autocarro elétrico, que faça a ligação entre as duas cidades.
Mas António Cabeleira assume que, para que isso aconteça, é necessária a vontade dos governos de Portugal e Espanha. Ainda não há prazo para que nenhuma das ideias ganhe corpo mas na sede da Eurocidade vão continuar a trabalhar para isso. O edifício fica precisamente na fronteira, na antiga alfandega espanhola onde, antigamente, os carros paravam para fiscalização. Hoje param por outro motivo, curiosidade. E muitas vezes a pergunta que se ouve é mesmo: "Mas afinal, o que é que vocês fazem aqui?".
Atualmente as duas cidades de Trás-os-Montes e Galiza já partilham, por exemplo, bibliotecas ou piscinas. Mas António Cabeleira, presidente da câmara de Chaves sublinha que o grande objetivo é que esta se torna uma zona franca social.
A Eurocidade Chaves-Verín quer chegar mais longe. A ideia é que a palavra "fronteira" deixe de fazer sentido".