Até agora, só estavam disponíveis nos centros de tratamento, mas, a partir desta sexta-feira, os doentes com diabetes podem comprar os dispositivos nas farmácias comunitárias. Em declarações à TSF, a presidente da Associação Nacional de Farmácias admite, no entanto, que podem demorar alguns dias a chegar
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As bombas automáticas de insulina podem, a partir desta sexta-feira, ser encomendadas nas farmácias. Até agora, as bombas só estavam disponíveis nos centros de tratamento, mas os doentes com diabetes podem agora comprar os dispositivos nas farmácias comunitárias. No entanto, em declarações à TSF, a presidente da Associação Nacional de Farmácias, Ema Paulino, admite que as bombas devem demorar alguns dias a chegar.
"A partir de hoje [esta sexta-feira], mediante uma apresentação de uma prescrição médica, as farmácias podem solicitar as bombas ao seu distribuidor farmacêutico e, passado alguns dias, essas bombas estarão disponíveis na farmácia para que a pessoa possa ter acesso às mesmas. Nesta fase inicial pode ser necessário aguardar entre três a quatro dias, mas este prazo para o acesso às bombas, ao longo do tempo, poderá vir a ser diminuído, porque acabamos por ter uma otimização ao nível do processo de distribuição", explica à TSF Ema Paulino, sublinhando que a rede logística para a disponibilização das bombas aos utentes das bombas já está concluída e, por isso, as farmácias já podem pedir o dispositivo.
A 21 de janeiro, foi publicada a portaria que criou o regime excecional de comparticipação dos dispositivos médicos de perfusão subcutânea contínua de insulina (PSCI) e dos respetivos consumíveis, permitindo que possam ser adquiridos nas farmácias comunitárias, uma medida que era reivindicada pelas associações representativas dos diabéticos.
A portaria do Ministério da Saúde, que entra em vigor esta sexta-feira, justificou a medida com a necessidade de “melhorar o desempenho do processo atual” com o objetivo de garantir a disponibilização das bombas automáticas de insulina a um maior número de utentes e com maior celeridade.
A prescrição destes dispositivos só poderá ser realizada por especialistas em medicina interna, endocrinologia e pediatria, desde que devidamente autorizados e identificados pelos centros de tratamento, reconhecidos pela Direção-Geral da Saúde no âmbito da consulta onde o utente é acompanhado.
Segundo a portaria, os dispositivos médicos abrangidos por este regime excecional são comparticipados a 100% pelo Estado no seu preço, quando destinados a beneficiários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dispensados em farmácia de oficina.
O programa integrado de tratamento das pessoas com diabetes tipo 1 pretende garantir a disponibilização destes dispositivos a todos os potenciais beneficiários com desenvolvimento progressivo até 2026.
Segundo a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), que tem exigido a disponibilização das bombas nas farmácias, a sua utilização pode proporcionar uma melhor compensação, assim como uma redução em 80% do número de picadas nos dedos e 95% do número de injeções que uma pessoa com diabetes tipo 1 tem de dar por ano, contribuindo para uma melhoria significativa da qualidade de vida.
A APDP estima que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1 em Portugal, 5000 das quais serão crianças e jovens.
A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico da própria pessoa compromete o funcionamento das células do pâncreas que produzem insulina.
