Corporações de bombeiros de concelhos do Oeste, servidos pela urgência de Torres Vedras do Centro Hospitalar do Oeste, denunciaram esta segunda-feira que há ambulâncias a ficarem retidas no hospital por falta de macas, comprometendo o socorro às populações.
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«A situação tem vindo a agravar-se desde o início de dezembro. Na época festiva, desde o dia 24 até hoje tem-se agravado cada vez mais. Ontem tivemos cinco ambulâncias retidas durante algumas horas no hospital de Torres Vedras porque não havia macas. Uma das ambulâncias esteve retida desde as 18:00 até às 01:00», descreveu à TSF o comandante dos bombeiros da Lourinhã, Carlos Pereira.
Contactado pela Lusa, o administrador do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), Carlos Sá, justificou que a falta de macas se deve ao «período de gripes em que houve um aumento de doentes na urgência, o que leva a um atraso na entrega de macas».
O "caos", que os bombeiros dizem que se arrasta desde há um mês, é também confirmado pelo comandante dos bombeiros de Torres Vedras, Fernando Barrão. No caso de Torres Vedras, só não se tem agravado porque a corporação dispõe de algumas macas suplentes.
A situação está a ter menos impacto junto das corporações do Cadaval e de Mafra, cujos concelhos são também servidos pelo hospital de Torres Vedras. Ainda assim, os respetivos comandantes confirmam que no último mês já «houve casos de ambulâncias retidas».
As corporações alertam que o socorro às populações «está a ser posto em causa», uma vez que algumas já ficarem sem ambulâncias disponíveis nos quartéis e tiveram de pedir ajuda a outras corporações.
Para melhorar o atendimento, o CHO decidiu aumentar 10 camas de internamento na Unidade de Peniche e transferir doentes da urgência para os serviços de internamento, onde existem camas disponíveis. O CHO vai também reunir na quarta-feira com os bombeiros para avaliar melhor o problema.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais das Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras, e abrange, para além destas, as populações de Óbidos, Bombarral, Cadaval, Lourinhã e parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra, servindo mais de 292.500 pessoas.
Torres Vedras, Mafra, Lourinhã e Cadaval são os concelhos servidos em primeira linha pela unidade de Torres Vedras.