A partir de junho, as 56 corporações de bombeiros do distrito de Lisboa vão suspender o serviço de transporte de doentes não urgentes contratado pelo Ministério da Saúde.
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Esta decisão surgiu durante uma reunião, sábado à noite, em Loures, onde estiveram reunidas as associações de bombeiros dos 16 concelhos do distrito de Lisboa.
Segundo o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, António Carvalho, as corporações não conseguem manter este serviço com os preços que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e o Ministério da Saúde pretendem pagar.
«Relativamente ao transporte de doentes não urgentes vamos suspender o serviço a partir de 01 de junho no distrito de Lisboa. Não temos condições para manter este serviço devido a uma redução de 40 por cento das verbas anteriormente pagas pelo Ministério da Saúde», disse.
As corporações alegam que o novo Sistema de Gestão de Transportes de Doentes da ARSLVT, que instituiu novas regras no pagamento, retirou aos bombeiros a sua «mais importante receita», pondo em causa dezenas de postos de trabalho nestas corporações.
Em março, o Ministério da Saúde e a Liga dos Bombeiros chegaram a acordo em relação ao transporte de doentes, depois de acertarem o aumento de três cêntimos no preço a pagar por cada quilómetro, que passa para 51 cêntimos, e o aumento do preço da taxa de saída de ambulâncias de 7,5 para 10 euros.
Face a este acordo, as 56 associações do distrito de Lisboa aprovaram hoje uma proposta dos secretariados de Sintra e Amadora, que contemplava um voto de desconfiança à Liga dos Bombeiros.
As associações aprovaram ainda realizar uma manifestação de desagrado em Lisboa, com data ainda por definir, onde todas as viaturas de transporte de doentes vão circular na capital portuguesa em 'hora de ponta'.
Várias associações de bombeiros já despediram funcionários porque não conseguem manter o serviço de transporte de doentes devido a uma quebra de 40 por cento de receitas face a 2011.