Pombal, Ansião, Alvaiázere, Ourém e Marinha Grande são outros concelhos da região onde a espécie tem vindo a ganhar terreno.
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No Casal da Raposeira, arredores de Leiria, a escada dos municipais sobe até à copa de um eucalipto para permitir ao bombeiro David Rogério neutralizar a ameaça detetada por um morador da aldeia. Está a 30 metros de altura e mesmo nesta época do ano, em que a atividade da vespa asiática é menos intensa, torna-se obrigatório o fato e capacete de proteção.
É preciso perfurar a colónia e injetar o interior com inseticida. A espécie é especialmente agressiva quando se sente em risco, mas, numa questão de minutos, tudo termina. Resta remover o ninho e transportá-lo para o quartel, onde será destruído pelas chamas, conforme manda o protocolo.
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Lá em baixo, à porta de casa, António Marques segue atentamente as operações. Foi ele que alertou os Bombeiros Municipais de Leiria, depois de reparar num ninho com dimensões acima do normal, que não caía nem com o vento nem com a chuva.
Presente em Portugal desde 2011, a vespa velutina, também chamada vespa asiática, é uma espécie predadora, que mata as abelhas, distinguindo-se da vespa comum pela cor: as patas são amarelas e o corpo é mais escuro.
No concelho de Leiria, são já 130 os ninhos de vespa velutina sinalizados e destruídos, desde o primeiro caso, em 2017. Para dar resposta ao número crescente de ocorrências, o Município criou uma equipa especializada no contexto da estrutura municipal de Proteção Civil, que envolve os bombeiros e o gabinete técnico florestal.
A vespa asiática ataca colmeias, altera o equilíbrio dos ecossistemas, prejudica a produção de mel e outras atividades agrícolas, mas só em situações extremas representa perigo para o ser humano, explica Francisco Vasconcelos, geógrafo do gabinete técnico florestal da Câmara Municipal de Leiria. "Como todas as vespas, também são perigosas, principalmente porque há muita gente que é alérgica a estas picadas. Mas não vamos dramatizar, é uma vespa normal".
A diferença está no número de indivíduos em cada ninho - podem chegar a ser dois mil - e na reação coletiva e agressiva na defesa do território. "Por isso é que o extermínio tem de ser feito de forma concertada e eficiente, porque se não conseguimos, elas depois vão atacar a população envolvente", sublinha Francisco Vasconcelos.
No concelho de Leiria, qualquer suspeita deve ser comunicada à Câmara Municipal ou ao Centro Municipal de Operações de Socorro.
Pombal, Ansião, Alvaiázere, Ourém e Marinha Grande são outros concelhos da região onde a vespa asiática tem vindo a ganhar terreno.