Os bombeiros voluntários dizem que há muita desmotivação e que já há perdas de dez a 20 por cento nos corpos de bombeiros. A Liga dos Bombeiros não confirma estes números.
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Os bombeiros voluntários de Portugal concentram-se, esta segunda-feira, no Terreiro do Paço, em protesto contra o fim de grande parte das isenções das taxas moderadoras que eram concedidos aos bombeiros.
Em declarações à TSF, Rui Silva, da Associação dos Bombeiros Voluntários de Portugal, lembrou ainda que na base deste protesto está a nova realidade do sector, ou seja, o cada vez maior abandono da actividade de bombeiro voluntário.
«Ninguém sabe quanto se vai poupar com esta medida. Diria que não se poupa nada, perde-se porque se alarga a toda a gente e perde-se porque se desmotiva os bombeiros voluntários que são neste momento a quase totalidade da Protecção Civil em Portugal», acrescentou.
Rui Silva lembrou que não só a questão das taxas moderadoras, mas também «tudo o que aflige o sector» está a desmotivar os bombeiros voluntários, que «não pode esquecer que tem uma família em casa que depende dele».
«Seguramente que cada corpo de bombeiros perdeu em média entre 10 a 15 elementos. Se estivermos a falar de um corpo de bombeiros de cem homens (e nem todos têm esse perfil) estamos a falar de dez por cento», adiantou este bombeiros, que fala em perdas de dez a 20 por cento por «falta de motivação».
Por seu lado, o novo presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Soares, concorda com este protesto, mas não confirma os números relativos às perdas de homens nos bombeiros voluntários.
«Penso que há uma precipitação ao avançar com este tipo de atitudes, mas volto a repetir que alguém dizia que o direito à indignação é dos valores que se conquista e se desenvolve através de um funcionamento democrático de uma sociedade», explicou.
Jaime Soares entende ainda que o «voluntariado não está em crise» e que «quando abrimos escolas para bombeiros felizmente que aparecem muitos jovens, porque Portugal é um país que se afirma pelos valores da sociedade e humanismo».