Bónus de 25% a bombeiros que trabalharam na pior semana dos fogos é "positivo", mas cria "falta de equidade"
Para o presidente da Liga dos Bombeiros, esta decisão do Governo, apesar de ser um "reconhecimento de que o valor que tradicionalmente pagam é insuficiente", cria "falta de equidade": independentemente do incêndio que combateram, "os bombeiros estiveram a arriscar a sua vida", refere à TSF
Corpo do artigo
O presidente da Liga dos Bombeiros, António Nunes, considera "positiva" a decisão do Governo de pagar um bónus de 25% aos bombeiros pelo combate aos fogos da semana de 15 a 19 de setembro: "É positiva no sentido em que o Ministério da Administração Interna vem reconhecer que o valor que tradicionalmente pagam aos bombeiros, de 2,87 euros à hora, é insuficiente para compensar e ressarcir as despesas que eles próprios têm para estarem integrados num determinado dispositivo", explica em declarações à TSF.
Não esconde, assim, que está satisfeito com esta medida do Executivo, até por aquilo que ela poderá representar para futuras negociações.
Em comunicado enviado às redações, o Ministério da Administração Interna anuncia a decisão e explica que o valor diário pago aos bombeiros é, até agora, "respetivamente 67,30 euros e 78,30 euros, consoante se trate de bombeiros integrantes das várias equipas ou bombeiros do quadro de comando". Com mais 25%, as diárias passam a ser 84,13 e 97,88 euros.
Contudo, António Nunes sublinha que este pagamento a mais não deveria limitar-se aos incêndios da semana, até agora, mais complicada do ano. Trata-se de "falta de equidade", considera, acrescentando: "Compreendemos que, nessa altura, houve um alerta vermelho, houve uma declaração de estado de calamidade, mas os bombeiros são os mesmos que estiveram a arriscar a sua vida, quer nesses incêndios, quer noutros."
O presidente da Liga dos Bombeiros lembra ainda que há muito que a sua organização definiu o valor que considera aceitável para o pagamento de todos os bombeiros: "O equivalente à hora do rendimento mínimo nacional garantido, que são 4,70 euros à data de hoje."
"Naturalmente que também compreendemos que não podemos fazer tudo de uma vez. E, por isso, nós já tínhamos proposto que, para o dispositivo 2026, o valor por hora fosse o correspondente à hora do ordenado mínimo nacional desse ano e, até lá, fazíamos ajustamentos progressivos", remata.
