O Bloco de Esquerda vai requerer nova presença do ex-presidente do BPN Francisco Bandeira na comissão de inquérito para explicar os contactos que teve com o banco BIC, pedido também defendido pelo PCP.
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O deputado do Bloco de Esquerda João Semedo disse que, na sequências das posições assumidas pelo presidente do BIC Portugal, Mira Amaral, irá requerer uma segunda audição de Francisco Bandeira na altura presidente do Banco Português de Negócios (BPN) nacionalizado.
«Na primeira vez em que depôs, Francisco Bandeira não se referiu a uma reunião importantíssima que teve com o banco BIC, representado por Fernando Teles e Mira Amaral, que aconteceu ainda muitas antes do pedido de resgate de Portugal. Nessa reunião já se discutiu a venda direta do BPN, o que muda muito os dados de todo este processo», disse João Semedo.
Segundo o deputado do Bloco de Esquerda, «é preciso esclarecer por que motivo Francisco Bandeira se esqueceu desta reunião e o que significam as palavras do ex-presidente do BPN ao banco BIC de que iria haver um segundo concurso de venda direta».
Sobre este mesmo assunto, o deputado comunista Honório Novo referiu que se torna «mais do que evidente que o PCP não estava a delirar - isto, nas palavras do ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos na comissão de inquérito -, quando colocou a hipótese que antes mesmo do pedido de ajuda à 'troika' tinha havido contactos entre o Governo português e instituições potencialmente interessadas na aquisição do BPN através de venda direta».