Um grupo de alunos do Laboratório de Robótica e Automação da Universidade do Minho esteve a distribuir brinquedos adaptados para crianças com necessidades especiais numa escola em Guimarães. Trata-se de uma iniciativa voluntária e que começou há 15 anos.
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A escola EB 2,3 Caldas das Taipas, em Guimarães, tem um centro de aprendizagem que acompanha crianças com deficiência e foi o local escolhido pelo grupo da Universidade do Minho para iniciar, este ano, a distribuição de brinquedos que adaptaram especificamente às necessidades dos meninos e meninas.
O projeto, que une solidariedade e pedagogia à eletrónica, foi iniciado em 2006 pelo Professor Fernando Ribeiro e tem contado com a participação voluntária de alunos interessados.
Tudo começou em 2006, "com o Diogo, uma criança com 70% de paralisia cerebral, filho de um amigo meu, de Guimarães, e ele pediu para adaptar um brinquedo e pediu também para adaptar para os amigos do Diogo", conforme nos conta Fernando Ribeiro, que acrescenta "no ano seguinte, voltámos à mesma iniciativa [...]. O meu amigo angariou mais brinquedos e isto começou a crescer e atingiu uma dimensão que se tem mantido".
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Apesar da diminuição de doações em anos mais recentes e que resultou na falta de brinquedos, a iniciativa retomou este ano com uma oferta de cerca de 70 brinquedos (50 dos quais são novos) e um convite público a potenciais interessados para receberem os presentes reconvertidos, o que lhes permite agora alargar este gesto a todo o país.
Durante uma semana, todos os anos, o professor reúne-se no laboratório com os alunos voluntários para uma "Semana da Adaptação". Apenas durante este período, alteram brinquedos novos e usados de modo a que possam ser facilmente utilizados por crianças com dificuldades motoras e/ou intelectuais. Ao mesmo tempo, os alunos universitários que se juntam ao projeto têm, assim, uma oportunidade para aliar os conhecimentos adquiridos em contexto académico à prática, o que, por sua vez, proporciona um retorno gratificante, tal como sustenta a aluna Inês Ribeiro.
E, ao que tudo indica, o retorno desta experiência não deve ficar por aqui, a julgar pelo exemplo do aluno paquistanês que, como refere Fernando, conta fazer o mesmo quando regressar ao país de origem.
É, no entanto, a primeira vez que a Escola das Taipas participa na iniciativa. A professora Eduarda Ferreira espera que o projeto faça a diferença na vida destas crianças, a somar aos habituais brinquedos e demais materiais que o centro de aprendizagem reúne todos os anos através da verba municipal. Para a professora, esta campanha alia duas vantagens, sendo a primeira "a reutilização de materiais [...] e a segunda grande vantagem é o facto de ser um ato de solidariedade porque estas crianças vão certamente libertar grandes sorrisos, o que fará com que elas tenham um Natal mais feliz". Desde logo, a professora espera poder continuar a colaborar com o projeto nos anos vindouros, quer através da angariação, quer da distribuição.
O professor Fernando Ribeiro que, este ano, se fez acompanhar por três alunos no primeiro local escolhido para fazer chegar os brinquedos aos seus destinatários, vai continuar a deslocar-se ao longo da semana, entre Braga e Guimarães para entregas a instituições e particulares.