Burlas provocaram prejuízos de mais de 170 milhões de euros aos portugueses em três anos
Entre 2021 e 2023 foram registadas mais de 73 mil queixas
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Nos últimos três anos, as burlas provocaram prejuízos de mais de 170 milhões de euros na carteira dos portugueses. Os dados avançados pela Polícia de Segurança Pública ao jornal Público dão conta de que entre 2021 e 2023 foram registadas mais de 73 mil queixas.
Neste período de tempo houve um aumento de 54% nos crimes de burla denunciados à PSP. Só no ano passado, a PSP recebeu mais de 30 300 queixas. Feitas as contas, desde 2021 foram registadas, em média, 200 denúncias por dia.
O porta-voz da PSP, o subintendente Sérgio Soares, adiantou ao jornal Público que estes crimes já representam cerca de 17% de toda a criminalidade denunciada a esta força de segurança. Já se olharmos para os prejuízos associados às burlas, a PSP assinala o que diz ser uma "enorme progressão dos valores".
Se em 2021 os portugueses perderam cerca de 33 milhões com as burlas, em 2022 esse número subiu mais 300 mil euros. No ano passado deu-se a subida mais acentuada.
O valor dos prejuízos mais do que triplicou, o que significa que em 2023 as perdas financeiras relacionadas com burlas superaram os 110 milhões de euros. Mas se os prejuízos cresceram a um ritmo galopante, o mesmo não se pode dizer do número de detidos.
Em declarações ao Público, o subintendente Sérgio Soares explicou que "apesar do elevado número de denúncias de burlas, a taxa de detenções é diminuta, tendo em conta a dificuldade de detetar o suspeito em flagrante delito e proceder à sua detenção". Por isso, este é um crime muito difícil de investigar e a Polícia de Segurança Pública não é a única responsável pela investigação das burlas.
No ano passado, a PSP deteve 79 suspeitos de praticarem estes crimes que em três anos provocaram prejuízos de 178 milhões de euros.
