"Burocracia é demasiada." Sem-abrigo pedem morada virtual e mais balneários públicos
O presidente da Comunidade Vida e Paz explicou à TSF a importância destas necessidades básicas apontadas por aqueles que não têm teto.
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Uma morada, que até pode ser virtual, e mais balneários públicos foram alguns dos pedidos feitos pelas pessoas em situação de sem-abrigo no último Natal, revelou um estudo da Comunidade Vida e Paz. As conclusões foram comunicadas em forma de carta aberta, enviada nos últimos dias para várias entidades como o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o Ministério da Saúde e também a Câmara de Lisboa.
O presidente da Comunidade Vida e Paz, diácono Horácio, apontou a importância destas necessidades básicas apontadas por aqueles que não têm teto.
"Há algumas propostas de coisas simples, como a questão dos balneários. Eles pediram mais balneários e aberturas mais prolongadas. Tivemos confirmação de que a burocracia é demasiada. Pedem também uma morada porque, de facto, uma pessoa que não tenha uma morada, até uma morada fiscal, acaba por ser uma não pessoa no sentido em que depois têm problemas com a Segurança Social, com o IEFP porque não tem morada, não se pode enviar cartas. Pelo menos uma morada que seja virtual ou uma caixa de correio é fundamental", explicou à TSF o diácono Horácio.
O presidente da Comunidade Vida e Paz espera respostas positivas à carta aberta, lembrando que os apoios recebidos são muito insuficientes.
"Os apoios que nós necessitamos ao nível dos serviços públicos estão claramente desajustados, especialmente a nível do Ministério da Saúde. Desde 2008 até 2024 esse valor de apoio por pessoa só foi atualizado uma vez e, por exemplo, o fenómeno do consumo de álcool está a crescer de uma forma desproporcionada que é necessário acolher e tratar com a realidade que estamos neste momento a investigar, que é um aumento muito grande de pessoas com consumo de álcool", acrescentou o presidente da Comunidade Vida e Paz.