Buscas no PSD. Marcelo é "árbitro" para evitar "guerra" entre políticos e a justiça
O Presidente da República teme que este caso abra "problemas na separação de poderes".
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Marcelo Rebelo de Sousa assume a "posição de árbitro" e não comenta as declarações de Augusto Santos Silva sobre as buscas a Rui Rio e às sedes do PSD.
"O Presidente não falar, não significa que não acompanha a situação. O Presidente da República quer é evitar duas coisas: que haja problema na separação de poderes (...) não dar a sensação aos problemas que há uma espécie de guerra entre os responsáveis políticos e aqueles que atuam em termos de investigação judicial", disse.
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Para o chefe de Estado, a questão exige "uma coisa fundamental, que se chama aplicação da Constituição com bom-senso".
"Os cidadãos podem perder a confiança se se convencerem de que há instituições que vão longe demais na sua forma de atuação, como que há instituições que aparecem como querendo fugir a um controlo ou escrutínio, ou a verem-se envolvidos em querelas acerca dos limites das suas competências", explicou.
As sedes do PSD e a casa do antigo líder do partido Rui Rio foram alvo de buscas policiais na semana passada. Em causa estaria a utilização de subvenções atribuídas pela representação na Assembleia da República para pagar a funcionários não parlamentares do partido.
Rui Rio negou qualquer ilegalidade, afirmando que isso é prática corrente em todos os partidos com assento parlamentar.
Várias entidades políticas insurgiram-se contra as buscas, nomeadamente outros partidos e o presidente da Assembleia da República.
"Em primeiro lugar, respeito escrupuloso pelas decisões e pelo trabalho da justiça. Evidentemente que o Ministério Público é uma magistratura hierarquizada e tem também o dever, não só o direito, mas também o dever de esclarecer publicamente os cidadãos sobre aspetos que possam causar alarme ou que sejam de suficiente importância pública para que esse esclarecimento seja devido. E, portanto, nós também aguardamos esse esclarecimento do Ministério Público", disse Augusto Santos Silva aos jornalistas, em Guimarães, na segunda-feira.