"Caça à multa" ou ajuda à "fluidez do trânsito"? Novos radares em Lisboa dividem opiniões
Em declarações à TSF, Fernando Nunes da Silva, antigo vereador da mobilidade e dos transportes da Câmara Municipal lisboeta, mostrou dúvidas quanto aos radares e sublinhou que é fundamental a correta aplicação da sinalização nas estradas. Para Carlos Barbosa, o presidente do Automóvel Clube de Portugal, os radares podem ajudar à "fluidez do trânsito", com uma "velocidade constante".
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Esta quarta-feira, começam a funcionar, na capital lisboeta, 21 radares que substituem equipamentos antigos e 20 em novas localizações, dispondo de "tecnologia mais avançada" que permite fiscalizar várias vias.
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Fernando Nunes da Silva duvida da eficácia dos novos equipamentos porque "não vale a pena ter um radar num determinado local em que toda a gente sabe onde ele está". Por isso, o condutor poderá "abrandar naquele troço para, logo a seguir, voltar à velocidade anterior".
Ouvido pela TSF, o antigo vereador da mobilidade e dos transportes da Câmara Municipal lisboeta, sublinha que é fundamental a correta aplicação da sinalização. "Alguns dos sinais que foram colocados muito recentemente são absolutamente incompreensíveis", afirma.
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Para Fernando Nunes da Silva, estamos perante uma verdadeira "caça à multa", referindo que "não é assim que se resolvem os problemas". O ex-vereador explicou, em particular, um troço da Segunda Circular onde "há reduções de 60 para entrar numa bomba de gasolina, que tem um espaço de aproximação extremamente reduzido".
Uma opinião diferente tem Carlos Barbosa, o presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), que concorda com os novos radares na capital portuguesa. Primeiro, referiu que pode "diminuir a sinistralidade" nas estradas ou ajudar à "fluidez do trânsito", com uma "velocidade constante".
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O presidente do ACP defende ainda que é preciso haver estudos para se saber onde se pode andar mais rápido, e onde se deve andar mais devagar nas cidades. Carlos Barbosa fala de uma "burrice" na decisão da Câmara Municipal de Lisboa pela descida de 10km/h em todas as estradas.
"As velocidades nas cidades são estudadas rua a rua" e, para Carlos Barbosa, a capital portuguesa não pode ser exceção. "As passagens de peões em Lisboa são mal sinalizadas", conclui, reivindicando mudanças na cidade nesse sentido.
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De acordo com o município lisboeta, os novos aparelhos "são equipamentos modernos e com uma tecnologia mais atual, que possibilitam o controlo simultâneo de velocidade em várias vias e em ambos os sentidos", enquanto os radares antigos apenas permitem controlar a velocidade numa única via.
Os 21 radares que substituem equipamentos antigos encontram-se na Avenida da Índia, Avenida de Brasília, Avenida Infante D. Henrique (dois sentidos), Avenida de Ceuta (dois sentidos), Avenida General Correia Barreto (dois sentidos), Avenida Marechal António Spínola (dois sentidos), Avenida Marechal Gomes da Costa, Avenida Almirante Gago Coutinho, Avenida Eusébio da Silva Ferreira, Avenida da República, Campo Grande, Avenida Cidade do Porto, Avenida João XXI, Avenida Afonso Costa, Túnel Marquês de Pombal, Avenida Marechal Craveiro Lopes e Avenida das Descobertas.
As localizações dos novos 20 radares são: Avenida Santos e Castro (dois sentidos), Avenida Lusíada (dois sentidos), Avenida Eusébio da Silva Ferreira, Avenida Padre Cruz (dois sentidos), Avenida Marechal Gomes da Costa, Avenida de Brasília, Avenida Infante D. Henrique (dois sentidos), Avenida Dr. Alfredo Bensaúde (dois sentidos), Avenida Almirante Gago Coutinho, Avenida de Ceuta, Avenida Calouste Gulbenkian, Avenida Marechal Craveiro Lopes (dois sentidos) e Avenida dos Combatentes (dois sentidos).