Instituto Nacional de Estatística já tinha alertado que agosto e setembro seriam decisivos para o crescimento das uvas.
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A Federação Nacional das Adegas e Cooperativas de Portugal (Fenadegas) estima que a vindima deste ano tenha uma descida de 10% na quantidade de uvas apanhadas em resultado de vários problemas, sobretudo climatéricos, atípicos, que afetaram as culturas.
O presidente, Basto Gonçalves, adianta, no entanto, que a queda na quantidade de uvas possa não significar prejuízos para os produtores: tudo depende do ajustamento entre a procura e a oferta, sendo que em certas regiões o preço do quilo da uva pode subir, travando as perdas financeiras.
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A federação acrescenta que os efeitos do clima atípico deste ano nas vinhas variam muito de região para região, havendo produtores que praticamente não foram afetados, sobretudo no Alentejo, sendo que tudo indica que o Douro seja a área mais prejudicada.
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Nas últimas previsões agrícolas que fez há pouco mais de uma semana o Instituto Nacional de Estatística (INE) já alertava que as vinhas, tal como os pomares, estão este ano com "muitos atrasos de desenvolvimento" que rondam as duas ou três semanas, conforme a região.
O instituto estimava uma quebra na ordem dos 5%, mas avisava que ainda não conseguia perceber o impacto da vaga de calor do início de agosto, sendo que as condições climatéricas de agosto e setembro teriam "um caráter determinante na quantidade e qualidade da vindima".
Segundo o INE as flores das videiras morreram em muitos casos demasiado cedo, "ficando o cacho com poucos bagos", numa afloração que também gerou a "formação de cachos com bagos pequenos, simultaneamente ou não com bagos normais, muitas vezes sem grainha e de maturação difícil".