O Presidente da República termina esta sexta-feira a visita oficial que iniciou na terça-feira em Brasília para participar nas comemorações do bicentenário da independência do Brasil.
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Quando nos tempos de ensino Marcelo Rebelo de Sousa era, ocasionalmente, confrontado com a afirmação de que há no Brasil quem tivesse preferido outro colonizador em vez de Portugal, respondia aos meus colegas académicos: "A História é o que é, não é possível refazê-la".
"Quem tocou pela primeira vez o Brasil e nele descobriu os brasileiros originais foi um português, Pedro Álvares Cabral, não foi um inglês, não foi um francês, não foi um holandês ou qualquer outro europeu."
No seu último discurso no Rio de Janeiro esta sexta-feira, último dia da visita oficial que iniciou na terça-feira em Brasília, o Presidente da República evocou a "juventude" do Brasil, apesar da "experiência muito vivida" que o país arrecada do passado em comum com Portugal.
"A capital do império viveu durante anos fora da capital do império e Portugal foi colónia do Brasil ainda durante o império, fenómeno nunca visto na História dos impérios europeus", destacou.
Muito os dois países ganharam e aprenderam um com o outro - "fomos enriquecendo o nosso percurso".
"Cada sucesso do Brasil é um sucesso de Portugal", reforçou Marcelo Rebelo de Sousa. "Juntos somos mais fortes."
Descrevendo o país como "uma potência mundial", uma "potência marítima e também geoestratégica mundial", o chefe de Estado recorda que a própria família "escolheu o Brasil como "lugar de destino", e que tem um filho e netos com dupla nacionalidade.
"É difícil saber onde acaba a família portuguesa e começa a família brasileira. Praticamente a única diferencia é o fuso horário", brincou.
Antes de regressar a Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa dará ainda esta sexta-feira uma receção à comunidade portuguesa no navio-escola Sagres, da Marinha Portuguesa, que está atracado na Baía de Guanabara, na zona central da cidade.