Cai o muro entre a Estrela e Santos. Vídeo mostra onde o Metro de Lisboa vai circular
É outro mundo lá em baixo, mas o túnel ainda em bruto é tão largo que não chega a faltar o ar.
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Entra-se pela Escola Secundária Pedro Nunes e em grupos de seis ou sete pessoas, já com botas rijas, capacetes e coletes refletores, inicia-se a descida a mais de 60 metros de profundidade. Vamos a passo, por onde o Metro de Lisboa há de correr sobre carris, da Estrela até Santos.
É outro mundo lá em baixo, mas o túnel ainda em bruto é tão largo que não chega a faltar o ar. Há camiões, carrinhas, andaimes, estruturas e muitos trabalhadores. Mas está tudo parado, à espera.
Foi tudo preparado para a visita do ministro da tutela, incluindo o momento em que cai, à força de broca gigante, o último muro de pedra e terra, que servia de tampão no túnel, mesmo junto à que há de ser a saída do Metropolitano de Lisboa na estação da Estrela. E que irá seguir debaixo da terra, sempre em frente, até ao rio, até Santos.
É ali mesmo o cenário para Duarte Cordeiro dar conta do andamento da obra, "entre a extensão da linha circular da Linha Amarela, a extensão da Linha Vermelha e a Linha Violeta (entre Loures e Odivelas, mas que ainda nem foi a concurso), falamos de um investimento na ordem dos mil milhões de euros".
Um investimento com que o ministro das Alterações Climáticas espera permitir "mais 45 milhões" de viagens por ano e assim poupar umas "30 mil toneladas anuais de CO2" à atmosfera da capital.
Mas não basta ter mais transportes público, é preciso que de facto sirvam e transportem o público, com mais eficácia e menos greves. E logo hoje que todos nos vimos todos aflitos para chegar a horas a este momento da agenda governamental. Logo hoje dia de greves na Fertagus, no Metropolitano de Lisboa, na CP ou na Infraestruturas de Portugal.
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"Também temos de ser capazes de capacitar as nossas empresas para ter trabalhadores motivados, procurar dar-lhes boas condições e alargar o número de trabalhadores nas várias empresas", dito isto, Duarte Cordeiro olha em volta quando questionado sobre o número de trabalhadores que ainda será preciso para terminar esta fase do Metro. Responde o presidente da empresa pública, mesmo à mão com um número redondo: "Diria que no fim do investimento serão ao todo umas 400 pessoas".
O "investimento chega ao fim" com a conclusão da Linha Violeta que pretende ligar Loures e Odivelas, ainda não se sabe bem quando. O concurso deve ser lançado até ao verão. Antes, bem antes, em outubro de 2024 deverão passar por este mesmo túnel as carruagens que ligam a Linha Vermelha e a Verde, num novo anel no centro de Lisboa. Isto se não houver mais surpresas nas escavações.