
Bruno Simões Castanheira / Global imagens (arquivo)
A câmara municipal e a Associação de Defesa desta aldeia estão a pedir voluntários para caiar, este sábado, vários locais da aldeia
Corpo do artigo
É o branco das casas que sobressai à vista quando se entra em Cacelha Velha. É essa luminosidade que a aldeia pretende manter. Para que isso aconteça, este sábado, quem quiser pode voluntariar-se, pegar num pincel e começar a caiar os espaços comuns do núcleo histórico. A iniciativa parte da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e da ADRIP – Associação de Defesa, Reabilitação, Investigação e Promoção do Património Natural e Cultural de Cacela. O objetivo é caiar o espaço público através de uma tradição secular que tem vindo a perder-se ao longo dos anos.
A autarquia considera que "a cal branca, utilizada no revestimento das fachadas, é um elemento distintivo do carácter deste lugar histórico". Fernando Horta, vereador responsável pelo Património Material e Imaterial na câmara municipal de Vila Real de Santo António, autarquia a que pertence Cacela Velha, conta que esta aldeia à beira da Ria Formosa, que considera ser "uma pérola do Algarve", encerra muita história. Há registos do séc III a.C. Por ali passaram fenícios, romanos e árabes, a aldeia foi atacada por piratas e local de passagem das guerras liberais.
António Vicente, da ADRIP, considera que o branco da cal nada tem a ver com uma tinta da mesma cor, é bastante mais luminoso.
Para caiar Cacela Velha já há 30 voluntários inscritos, mas a iniciciativa está aberta a que todos que os que queiram participar. Será caiado todo o muro da fortaleza que rodeia a igreja, a antiga casa do pároco, onde funciona um centro de informação da câmara municipal de Vila Real de Santo António e o antigo cemitério, onde na atualidade se fazem eventos no verão.
As casas caiadas de branco, a Fortaleza de Cacela Velha, a igreja situada lá no Alto, e a vista para a Ria Formosa são talvez dos locais mais fotografados do Algarve.