"Houve pessoas que entraram vestidas nas piscinas e outras fizeram as necessidades fisiológicas na água" justifica-se a autarquia que fala em prejuízos causados por distúrbios. O movimento SOS Racismo diz que a medida "completamente ilegal".
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Segundo a agência Lusa, os ciganos que estão proibidos de entrar nas piscinas municipais pertencem ao bairro das Quintinhas. "Há outras pessoas também ciganas, residentes noutras zonas da cidade, que cumprem o regulamento e estão a entrar nas piscinas", explica Luís Mourinha, o presidente da Câmara de Estremoz que alega que a autarquia "não tomou esta medida por estar contra a comunidade cigana".
É o autarca que afirma que "houve pessoas que entraram vestidas nas piscinas e outras fizeram as necessidades fisiológicas na água e não cumpriram com o regulamento. Por este motivo, fomos obrigados a esvaziar as piscinas para limpeza e desinfestação". "O município aguarda o relatório da PSP, com a identificação das pessoas, para pagarem os prejuízos provocados nas instalações", adiantou o autarca.
Luís Mourinha, garante que "enquanto não forem identificadas as pessoas que provocaram distúrbios e vandalismo e causaram prejuízos ao município nas piscinas, os moradores do bairro das Quintinhas não podem entrar".
O movimento SOS Racismo já reagiu a esta proibição e afirma que uma denúncia da situação foi enviada para a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial para que "possa atuar em conformidade".
José Falcão, do movimento SOS Racismo, considera a medida "completamente ilegal" e em comunicado o movimento acrescenta que "seguramente em Estremoz não serão apenas elementos da comunidade cigana a provocar distúrbios". "E, mesmo que assim fosse, é criminoso decidir que toda uma comunidade deve pagar por qualquer coisa que este ou aquele elemento possa ter feito", refere o documento.
O SOS Racismo, no documento, interroga o presidente do município alentejano sobre os distúrbios, considerando que "se houve, que se averigue as responsabilidades e a justiça que atue em conformidade". O autarca responde afirmando que o "SOS Racismo deveria ter ouvido o presidente da câmara primeiro, para se informar da situação, antes de acusar o município". "Assim, o comunicado do SOS Racismo é também uma forma de racismo contra o presidente da câmara", queixa-se o autarca.