A câmara de Lisboa disponibiliza-se a financiar cada veículo novo, até um máximo de 20, em três mil euros, disse hoje o vereador da Mobilidade.
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«A minha proposta, que irei apresentar à CML, considera um apoio de três mil euros por cada táxi antigo que seja substituído por um elétrico, até ao total de 10 veículos para cada uma associação de taxistas: ANTRAL e Federação Portuguesa do Táxi», indicou Fernando Nunes da Silva.
Esta é uma forma de a autarquia promover o uso de carros elétricos entre os taxistas e de reduzir a poluição do ar na cidade.
Na luta contra a poluição, a câmara introduziu as Zonas de Emissão Reduzida (ZER) em Lisboa, que proíbe a circulação a veículos anteriores a 1992 nas áreas delimitadas pela Avenida de Ceuta, Eixo Norte-Sul, avenida das Forças Armadas, Avenida Estados Unidos da América, Baixa e Avenida da Liberdade.
Entretanto, a autarquia alargou a restrição entre a Baixa e a Avenida da Liberdade aos veículos anteriores a 1996.
Durante todo esse processo, que teve início em julho de 2011, os taxistas em Lisboa continuaram a circular em toda a cidade sem restrições por nunca terem conseguido meios para regularizar a sua situação, o que mereceu fortes críticas por parte de Nunes da Silva.
«O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) ainda não homologou as tabelas para a norma euro. E isto há mais de dois anos», frisou o vereador, indicando que 25% do tráfego da Baixa são táxis.
«E mais: o IMT não queria licenciar os carros elétricos para táxi porque não têm pneu sobresselente, mas um sistema que os permite andar 30 quilómetros com um furo. No entanto, licencia carros com mais de 20 anos porque já têm pneu sobresselente», acrescentou.
O vereador criticou também a atuação da Secretaria de Estado dos Transportes, afirmando ser «inadmissível» que tenha por assinar há cerca de um ano uma portaria que impede a importação de carros com mais de 20 anos para servirem de táxi.
«Se o Governo não tomar a sua parte para garantir meios para a fiscalização, importação e rigor nos centros de inspeção, então é muito difícil», disse Nunes da Silva.
Contactado pela Lusa, o presidente da Federação Portuguesa de Táxi, Carlos Ramos, mostrou-se satisfeito com a proposta da câmara, que classificou de «interessante», e disse que está «convencido de que se vai conseguir chegar a bom porto».