Câmara de Lisboa reforça circutos de recolha de lixo para mitigar efeitos da greve
O diretor de higiene urbana do município de Lisboa antecipa, em declarações à TSF, novas dificuldades para 31 de dezembro, já que a recolha será interrompida: "Não será feita a grande recolha que é sempre feita durante a noite"
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A Câmara de Lisboa tem este domingo, excecionalmente, cerca de 70 trabalhadores a efetuar 28 serviços de recolha de lixo, para mitigar os efeitos da greve, anunciou o setor de higiene urbana.
"Além dos oito circuitos mínimos que já tínhamos para hoje, conseguimos orientar 28 circuitos e estamos a reforçar zonas em que já foram identificadas situações mais difíceis", avança o diretor de higiene urbana do município de Lisboa, Pedro Moutinho, em declarações à TSF estimando que estejam "70 trabalhadores" ao serviço na cidade.
O serviço de recolha de resíduos, na cidade de Lisboa, está organizado de segunda a sexta-feira, funcionando ao sábado com recurso a trabalho extraordinário e, ao domingo, apenas com recolha excecional. Esta meta, sublinha, foi "organizada" pelo município juntamente com os trabalhadores, que permitiram mitigar algumas dificuldades.
Pedro Moutinho dá conta da existência de caixas e contentores subterrâneos, que já estavam cheios, e precisavam de ser despejados.
Para 31 de dezembro, contudo, antecipam-se novas dificuldades, já que a recolha será interrompida.
"Não à greve, mas há greve às horas extraordinárias. Mesmo assim, acreditamos que pode ser feito um trabalho normal nestes dois dias, só que na terça-feira termina às 20h00. Já não será feita a grande recolha que é sempre feita durante a noite", sublinha, acrescentando que isto significa que "aquilo que está acumulado será dificilmente recuperado e haverá um novo incremento de resíduos durante este período de tempo até dia 2 [de janeiro]".
Na véspera de passagem de ano novo não haverá então recolha de lixo em Lisboa, assim como no dia 1 de janeiro. Os serviços mínimos voltarão a funcionar na madrugada de 1 para 2 de janeiro, com a Câmara Municipal de Lisboa a prever que a normalidade seja reposta a partir do dia 4 de janeiro de 2025.
Pedro Moutinho apela aos cidadãos da cidade de Lisboa para diminuam o depósito de resíduos como papel, cartão, embalagens e vidro, para que os trabalhadores se possam "concentrar na recolha do lixo orgânico".
O mesmo responsável esclareceu ainda à Lusa que durante esta noite "os serviços mínimos previstos eram 46, mas estiveram a funcionar 64 circuitos", acrescentando que "a adesão à greve esteve abaixo dos 50%".
Os trabalhadores da higiene urbana do município estão desde quarta-feira e até 02 de janeiro em greve ao trabalho extraordinário, sendo que na quinta e na sexta-feira cumpriram uma paralisação total.
"O pior cenário não aconteceu", mas, admitiu o diretor do serviço, a cidade continua a acumular resíduos e os serviços "estão a fazer um grande esforço para, todos os dias, com a ajuda das juntas de freguesia e da população, ter uma cidade menos suja".
À agência Lusa Pedro Moutinho ressalvou que tal se deve também ao facto de a população ter "aderido aos apelos para não depositar muito cartão, embalagens e vidro", admitindo que "os próximos dias até à passagem do Ano serão dias difíceis".
Na cidade onde são recolhidas diariamente 900 toneladas de lixo, "não haverá recolha na véspera da passagem do ano, nem no dia 01, o que a juntar aos resíduos em caixotes e contentores que ainda não foram recolhidos, fazem destas datas os pontos críticos", disse.
Os serviços mínimos voltarão a funcionar na madrugada de dia 01 para dia 02 de janeiro e a autarquia mantém o apelo à população para evitar por na rua os resíduos recicláveis.
Pedro Moutinho admitiu que os impactos da greve sejam ainda visíveis até ao dia 03 de janeiro e que a normalidade seja reposta a partir do dia 04.
A greve foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local ( STAL) e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), que justificam o protesto com a ausência de respostas da Câmara aos problemas que afetam o setor, em particular ao cumprimento do acordo celebrado em 2023, que prevê, por exemplo, obras e intervenções nas instalações.
A Câmara de Lisboa assegura que o acordo celebrado em 2023 está a ser cumprido.
O presidente STML, Nuno Almeida, disse à agência Lusa, no sábado, que o sindicato desconhece o dados da adesão à greve, durante o fim de semana, por se tratar de trabalho extraordinário.
Para o Ano Novo está prevista greve ao trabalho normal e suplementar no período noturno, entre as 22h00 do dia 01 e as 06h00 do dia 02 de janeiro.
