Autarquia garante que "manifestou sempre total disponibilidade às entidades que coordenavam as operações no terreno para transferir os animais para as instalações do Canil/Gatil Municipal".
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A Câmara Municipal de Santo Tirso rejeita que os seus serviços tenham impedido pessoas de entrar no abrigo atingido por um incêndio em que morreram 54 animais, remetendo responsabilidades para o Comandante de Operações de Socorro.
"É falso que os Serviços Municipais de Proteção Animal tenham impedido a entrada de pessoas no abrigo de animais ameaçado pelo fogo", pode ler-se num comunicado emitido esta tarde pela Câmara Municipal Santo Tirso, no distrito do Porto.
De acordo com o executivo camarário, "no teatro de operações a competência legal para a tomada de decisões é da inteira responsabilidade do Comandante de Operações de Socorro", cujas decisões, "nomeadamente a evacuação e/ou a interdição de entrada em determinados locais, são executadas pelas forças de segurança, como, por exemplo, a GNR".
"Após a tomada de decisão do Comandante de Operações de Socorro de interditar a entrada em qualquer equipamento/espaço, por questões de segurança, não é possível a qualquer entidade, nomeadamente aos Serviços Municipais, violar a mesma", pode ler-se no comunicado divulgado pela autarquia, presidida por Alberto Costa (PS).
Segundo o documento, o serviço de proteção animal da Câmara "manifestou sempre total disponibilidade às entidades que coordenavam as operações no terreno para transferir os animais para as instalações do Canil/Gatil Municipal, bem como procurar junto de outras instituições e parceiros soluções para acolher os animais".
No entanto, "o plano de retirada apenas pôde ser executado durante o dia de hoje, porque não estavam, de acordo com as autoridades de proteção civil, reunidas as condições de segurança para o realojamento dos animais durante a madrugada de sábado".
A autarquia do distrito do Porto afirmou ainda que "assumiu, desde a primeira hora, as suas responsabilidades no terreno, bem como realizou todos os esforços para salvaguardar a vida dos animais, não podendo sobrepor-se às entidades que coordenaram as operações", tendo contado com a presença da Proteção Civil Municipal, Polícia Municipal, Serviço Municipal de Ação Social e Serviço Municipal de Proteção Animal.
No incêndio, que se iniciou em Valongo e chegou à freguesia tirsense de Agrela, morreram 52 cães e dois gatos, de acordo com números da autarquia, que lamentou os óbitos e a "instrumentalização política" do sucedido, adiantando ainda que foi possível retirar com vida 110 cães que se encontravam no abrigo.