A manifestação contra o aterro foi liderada pelo presidente da Câmara de Valongo, que responsabiliza o Ministério do Ambiente de não defender a população local. O autarca afirma que a empresa Recivalongo conta com um reincidente histórico de poluição.
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A população de Sobrado, em Valongo, manifestou-se uma vez mais, esta segunda-feira, junto ao aterro da Recivalongo, pelo encerramento do estabelecimento. Em causa estão a degradação do terrenos utilizados para cultivo e a saúde dos habitantes.
O presidente da câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, esteve também esta manhã no protesto para denunciar a Recivalongo, que gere o aterro sanitário. Em declarações à TSF, o autarca diz que existe um pedido de autorização da empresa à Agência Portuguesa do Ambiente para descargas de lixiviados, as águas do aterro, na Ribeira do Vilar.
"Não queremos acreditar que uma ribeira seja transformada num esgoto a céu aberto. Estamos a falar de um aterro que está em cima de uma vila, com seis a sete mil pessoas", afirmou José Manuel Ribeiro.
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De acordo com o autarca, a Recivalongo é reincidente a poluir o meio ambiente, uma vez que não tem capacidade para tratar as águas lixiviantes produzidas. Recentemente, a empresa foi alvo de uma multa que ultrapassou os 40 mil euros por "descarga indevida no coletor público", sendo contabilizada uma "carga contaminante superior a 300% ao valor permitido".
José Manuel Ribeiro revela ainda não ter surgido nenhuma resposta por parte do Ministério do Ambiente. No entanto, apela ao bom senso do Governo e pede uma rápida intervenção do primeiro-ministro, para o que considera ser "absolutamente inacreditável em pleno século XXI".
"O primeiro-ministro é um homem que faz tudo para defender o país e portanto eu confio. No dia em que nós, os portugueses, deixarmos de confiar no poder político, estamos muito mal", afirmou.
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Na semana passada, o ministro do Ambiente anunciou uma inspeção ao aterro de Valongo, que está prevista para o final deste mês.
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