O Instituto Português do Sangue (IPS) garante que está a iniciar o processamento de plasma, tendo já começado o processo de reactivação das câmaras de frio de Lisboa, e que não destrói o sangue dado pelos portugueses.
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Portugal tem câmaras de frio desde 2002 para armazenar até 170 mil unidades de plasma, mas esta estrutura, que custou 1,5 milhões de euros, tem servido de arrecadação e o plasma ido para o lixo, segundo o Instituto do Sangue.
O reconhecimento foi feito pelo próprio presidente do IPS, no Dia Mundial do Dador de Sangue, depois de o Jornal de Notícias ter hoje escrito em manchete que «Metade do sangue doado vai para o lixo».
Num comunicado assinado por Álvaro Beleza, divulgado esta tarde, o presidente do IPS esclarece que o organismo «não destrói o sangue dado benevolentemente pelos portugueses» e que apenas um dos seus componentes, o plasma, não é utilizado de forma total.
Questionado pela agência Lusa sobre se algo mudou entre a manhã e a tarde de hoje, Sousa Uva, vogal do conselho directivo do IPS, explicou que as câmaras de frio de Lisboa, que estão desactivadas, estão num processo de reactivação e testagem e que em breve vão começar a ser usadas.
No entanto, adiantou, há outras câmaras de frio em Lisboa, Porto e Coimbra, embora mais pequenas. Com o início de funções da nova, parada até agora «por impedimentos processuais», será mais plasma aproveitado.
«O processo de não estragar plasma já está iniciado», disse à Lusa António de Sousa Uva, frisando que «o plasma pode não ser todo aproveitado mas é um processo normal» e que «deitar sangue fora nunca aconteceu».
O responsável disse também que Portugal não pode processar a maior parte dos componentes do plasma, que terá sempre de comprar no estrangeiro.
Segundo o IPS, a partir de Setembro os hospitais portugueses terão ao seu dispor plasma português, cujas necessidades se estimam em 90 mil unidades por ano.