Câmaras de videovigilância em Albufeira tiveram primeiro teste nos festejos de fim de ano
O sistema tem 65 câmaras e foi inaugurado esta segunda-feira
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Na sala estão dois militares da GNR a olharem para vários ecrãs gigantes onde se vê o movimento transmitido pelas várias câmaras. São 65 câmaras de videovigilância que foram colocadas nos locais considerados mais movimentados e com maior número de ocorrência de Albufeira, como a famosa rua dos bares na praia da Oura ou a baixa da cidade.
Os primeiros passos para instalar esta tecnologia foram dados em 2019, numa colaboração entre a câmara municipal e a GNR, polícia que vai monitorizar este sistema De acordo com o Instituto Nacional de estatística (INE), Albufeira é o concelho com a maior taxa de criminalidade, com cerca de nove crimes por 100 habitantes, sendo os mais comuns (42%) os crimes contra o património.
No entanto, o presidente da câmara Municipal afirma que é necessário haver "justiça", considerando que esta estatística devia ser realizada tendo em conta o valor absoluto de pessoas que procuram o concelho para fazer turismo e não apenas o número de habitantes (cerca de 44 mil). ”Nós não temos um concelho inseguro ou uma sociedade insegura”, garante José Carlos Rolo.
O comandante territorial de Faro sublinha também que a criminalidade tem diminuído e que as estatísticas, tal como são concebidas, adulteram os resultados. O coronel Marco Henriques afirma que a monitorização das câmaras vai ser uma experiência inovadora para a GNR no Algarve.
De acordo com a Guarda Nacional Republicana, as câmaras têm grande resolução e podem emitir alertas. “Por exemplo, se virem um conjunto de pessoas a correr, pode ser algo estranho a acontecer e a câmara dá um alerta”, exemplifica. O primeiro teste foi já efetuado nos festejos de fim de ano, quando se juntaram milhares de pessoas na Praia dos Pescadores, em Albufeira. De qualquer forma, a GNR considera que as câmaras não substituem o policiamento e, por esse motivo, o destacamento da cidade foi reforçado com mais sete militares.
A Câmara Municipal e GNR vão avaliar se, numa segunda fase, será necessário aumentar o sistema de videovigilância no concelho, mas, nesta primeira fase, a autarquia já investiu cerca de 900 mil euros.