Faz 50 anos, o assalto ao Banco de Portugal na Figueira da Foz, um dos mais espetaculares atos contra a ditadura. Camilo Mortágua conta que entrou no banco com risco de morrer e de matar.
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Em entrevista à TSF, Camilo Mortágua dá alguns pormenores da que ficou conhecida como a Operação Mondego. O assalto coincidiu com a visita do Papa Paulo VI a Portugal porque não pôde ser antes, diz "é que foi preciso fabricar silenciadores de plástico, para as pistolas de plástico, de forma a convencer os funcionários do banco de que não valia a pena reagirem". Foi para evitar vítimas, mas havia uma arma verdadeira.
O assalto tinha como objetivo arranjar dinheiro para financiar a luta contra a ditadura de Salazar. Precedeu a criação da LUAR, a Liga de Unidade e Ação Revolucionária. Já antes, Camilo Mortágua esteve envolvido no sequestro do Paquete Santa Maria, onde morreu um homem, e no desvio de um avião da TAP, de Marrocos, para a distribuição de panfletos anti-fascistas.
Pelo assalto ao Banco de Portugal foi julgado e condenado à revelia, estava em Paris quando soube que fora condenado a 20 anos de prisão. Depois do 25 de abril foi amnistiado por se tratar de um crime político.
Nesta entrevista à TSF começa por explicar que avançou para o assalto ao Banco de Portugal com um misto de razões pessoais e de defesa do país.
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