Camiões com combustível saíram antes da hora prevista. Sindicato fala em ameaças e subornos
Motoristas estão em greve desde as 0h00 desta segunda-feira, mas só deveriam começar a cumprir os serviços mínimos a partir das 8h00. Sindicato denuncia, no entanto, que camiões não listados saíram antes da hora.
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Vários camiões-cisterna com combustível saíram, pelas 6h40 desta manhã, da Companhia Logística de Combustíveis (CLC), em Aveiras de Cima, contrariando a hora a que estava previsto o início dos serviços mínimos (8h00).
O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) confirmou à TSF que os camiões-cisterna que saíram logo ao início da manhã não estavam previstos no cumprimento dos serviços mínimos, não estando identificados.
"Estes primeiros camiões-cisterna que saíram não são serviços mínimos, são de pessoas que foram subornadas para ir fazer serviços, sem nós sabermos o que são", afirmou Pedro Pardal Henriques, vice-presidente do Sindicato de Motoristas de Matérias Perigosas.
"Entram por trás [das instalações da Companhia Logística de Combustíveis], saem escoltados pela GNR", adiantou o sindicalista.
"São tudo esquemas ilegais para tentar desmobilizar os motoristas", atirou Pardal Henriques. "Os motoristas estão a ser ameaçados para irem trabalhar; outros estão a ser subornados - estão a oferecer-lhes 1.200 euros para que façam estes dias de greve"
"Se alguém está a violar a greve é a ANTRAM", acusou o dirigente sindical. "Estão a prejudicar, mais uma vez, os trabalhadores e o mundo laboral."
"As empresas estão a chamar os grevistas para os ameaçarem e para os persuadirem a não fazer greve, de forma completamente ilegal. Estamos a reunir provas para denunciar isto nos meios próprios", acrescentou ainda Pardal Henriques.
Os motoristas de matérias perigosas e de mercadorias iniciaram, às 0h00 desta segunda-feira, uma greve por tempo indeterminado.
Mais de uma centena de motoristas estão concentrados em piquete de greve na sede da CLC - Companhia Logística de Combustíveis, em Aveiras de Cima, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa, onde, nesta altura, já se verifica a presença de militares do exército.
Portugal está, desde sábado e até às 23h59 de 21 de agosto, em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido a esta paralisação, o que permitiu a constituição de uma Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), com 54 postos prioritários e 320 de acesso público.