Todos têm de ser responsáveis pelo melhor aproveitamento dos recursos hídricos, afirma o presidente da Conselho Nacional da Indústria do Golfe. Incluindo "a administração pública e as autarquias".
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Face aos alertas do ministro do Ambiente para a poupança da água especialmente dirigidos aos empresários ligados ao golfe, o presidente da Conselho Nacional da Indústria do Golfe assegura que sempre foram adotadas medidas para aproveitar recursos.
"As empresas e os campos de golfe já há muitos anos que desenvolvem as melhores práticas na redução dos consumos de água e na tentativa de utilização de água de outras fontes que não as tradicionais", como a "construção de lagos para rega e recuperação de água da drenagem", afirma Luís Correia da Silva em declarações à TSF.
Além disso, o total de campos de Golfe em Portugal não representam mais do que 2500 hectares de área regada e seguem um princípio contrário à agricultura: "quanto menos a relva crescer, menos custos de manutenção", pelo que a rega não é tão frequente.
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Isto depois de o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, ter deixado um aviso a investidores: o Governo "não tem qualquer tipo de limitação na aplicação de restrições" de consumo para fazer face à situação de seca. Quem investe sem ter em conta a escassez de água pode ter consequências, incluindo as atividades agroindustriais e os setores económicos.
Sobre os campos de golfe em concreto, o ministro pede aos investidores que olhem para o território e se salvaguardem. "Setores económicos que precisam de água é bom que invistam naquilo que lhes permite ter água, que é captações no mar, águas reutilizáveis, aproveitar a eficiência... têm mesmo de o fazer não é uma questão de escolha".
Reutilizar a água tratada dos esgotos tem, contudo, sido difícil para os campos de golfe, afirma Luís Correia da Silva.
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"Se houver necessidade de desenvolver soluções desse tipo têm de ser distribuídas por todas as entidades e todas as indústrias, incluindo a administração pública e as autarquias", aponta.
A indústria do golfe representa receitas anuais de 120 milhões de euros e envia para Portugal cerca de 300 mil turistas.