Candidaturas a presidente da AR antes das eleições são um «desrespeito», diz Ferro Rodrigues
Ferro Rodrigues diz que candidatos a presidentes da Assembleia da República antes das eleições desrespeitam os futuros deputados, contrapondo que, para já, no seu horizonte não estão cargos na hierarquia do Estado.
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Ferro Rodrigues, «número um» do PS pelo círculo eleitoral de Lisboa, falava aos jornalistas no Palácio da Justiça, depois de ter procedido à entrega da lista socialista de candidatos à Assembleia da República.
Interrogado sobre a perspectiva de ter como adversário directo na lista do PSD por Lisboa o presidente da AMI e ex-candidato presidencial Fernando Nobre, o ex-secretário-geral socialista começou logo por salientar que a sua candidatura como «número um» por Lisboa, pelo PS, «é natural».
«A candidatura de Fernando Nobre apareceu aos olhos de muitos militantes do PSD - alguns até dirigentes de grande importância - como algo de menos natural. Mas essa questão terá de ser respondida pelo eleitorado de Lisboa em primeiro lugar, mas também pelo eleitorado nacional devido ao facto de Fernando Nobre aparecer como candidato a presidente da Assembleia da República», respondeu Ferro Rodrigues.
Neste contexto, o ex-líder do PS considerou mesmo «uma falta de respeito pelos deputados (ainda não eleitos sequer) estar a colocar-se nomes de eventuais candidatos à presidência da Assembleia da República antes das eleições se realizarem».
«Só depois das eleições é que essa questão se pode colocar. Eu sou apenas candidato a deputado pelo círculo de Lisboa», declarou, introduzindo assim uma linha de demarcação face a Fernando Nobre.
Questionado se tem como aspiração suceder a Jaime Gama no cargo de presidente da Assembleia da República caso o PS volte a vencer as eleições, Ferro Rodrigues assegurou que, até agora, esse tema não foi abordado com o líder do partido, José Sócrates.
«O meu lugar histórico nas listas de Lisboa é o sétimo, quando fui pela primeira vez eleito deputado em 1991. Foi esse o lugar que reivindiquei até ao fim [junto da direcção], mas não foi possível resistir ao convite do secretário-geral [José Sócrates] para encabeçar a lista por Lisboa», alegou.