"Caos." 94% dos enfermeiros do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa pediram escusa de responsabilidade
Dizem que chegaram "ao limite dos limites": 78 dos 83 enfermeiros do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa subscreveram o documento.
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Sem condições para assegurar os cuidados de saúde, 94% dos enfermeiros do Centro Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa pediram escusa de responsabilidade. De acordo com informação avançada pelo Porto Canal, 78 dos 83 enfermeiros subscreveram o documento, no qual dizem que "não estão em condições de assegurar a vida e a segurança das pessoas e a qualidade dos cuidados de enfermagem".
Em declarações à TSF, o presidente do Conselho Diretivo do Norte da Ordem dos Enfermeiros confirma. Miguel Vasconcelos diz que a situação está no limite. “94% dos enfermeiros do serviço de urgência pediram escusa de responsabilidade. Deve-se à falta de condições, que que se têm vindo a agravar... isto já não é novo, é uma situação que vem sendo recorrente ao longo dos anos. Nestes últimos meses tem sido caótico, os colegas estão exaustos, não se querem demitir das suas responsabilidades, de cuidar dos doentes, mas muitas das vezes têm que priorizar o trabalho face a situação caótica que se vive lá dentro. Chegamos a uma situação limite, estamos a chegar mesmo ao limite dos limites... os profissionais de saúde não têm capacidade para dar resposta e estão cansados de toda esta situação e nada tem sido feito para para tentar resolver”.
A sobrelotação do serviço de urgência na Unidade de Penafiel tem agravado uma situação já muito débil. “São muitos, muitos doentes internados, nos corredores. Não é possível prestar cuidados de excelência, na urgência todos os corredores são preenchidos com macas e é depois a gravidade das situações. É difícil dar resposta em tempo quase útil às necessidades dos próprios doentes e é preciso priorizar aquilo que se vai fazer", diz Miguel Vasconcelos.
A escusa de responsabilidade de 94% dos enfermeiros do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa foi comunicada ao Conselho de Admnistração, à ERS e ao Conselho Diretivo da Ordem dos Enfermeiros ainda sem qualquer resposta.
A TSF já pediu esclarecimentos ao CHTS.