Portugal já recebeu 700 refugiados este ano, vindos essencialmente dos campos da Grécia e Itália. E até final do ano este número pode chegar ao milhar.
Corpo do artigo
Teresa Tito de Morais, presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR), considera que há capacidade para acolher muitos mais."Portugal acaba de começar o processo. Para 4.500 pessoas iniciais em dois anos ainda faltam muitas".
Só que pelo menos cerca de 20% das pessoas que cá chegam querem partir para outros Países.
Manuel Lemos, responsável pela União das Misericórdias, já acolheu 104 refugiados que foram distribuídos por 21 Misericórdias mas salienta que muitos, sobretudo homens que chegam sozinhos, têm a Alemanha como meta: "O El Dorado deles é a Alemanha. Há uma ideia de que o governo alemão é muito amigo, muitos têm lá familiares e olham para Portugal como um País de transição".
A integração dos que cá ficam não é fácil. Têm usos e costumes diferentes e, sobretudo, uma língua que se torna uma barreira."São pessoas que vêm muito traumatizadas, que têm uma diversidade cultural muito diferente e a aprendizagem da língua portuguesa não é fácil", diz Teresa Tito de Morais.
Além dos protocolos com Municípios e outras entidades, o Conselho Português para os Refugiados tenta que aqueles que chegam a Portugal vindos de situações tão difíceis consigam ter perspetivas de desempenhar um ofício. "Eles sabem que durante 18 meses vão ter apoios mas se antes conseguirem autonomizar-se, o futuro será certamente mais sólido", salienta a presidente do CPR.