Foi há um ano o grande incêndio que devastou a Serra do Caramulo e matou quatro bombeiros, deixando 13 feridos. Os autarcas queixam-se que há muito ainda por fazer, os bombeiros admitem que aprenderam muito com as chamas do Caramulo.
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O maior incêndio de 2013, no Verão passado, destruiu 2800 hectares de floresta em quatro concelhos da região centro.
Vouzela foi um dos mais afetados e, um ano depois, o presidente da câmara queixa-se que a reflorestação que tem ocorrido está a ser feita à base de eucaliptos. Rui Ladeira diz que já fez o alerta ao secretário de Estado das Florestas e defende que o regime jurídico da rearborização tem que ser mudado.
«Há eucaliptos por tudo quanto é sítio, o que transparece ou resulta naquilo que que nós temíamos: nas áreas ardidas e não ardidas, esta nova legislação facilitou a colocação de espécies de crescimento rápido e muito inflamáveis, o que vai resultar num aumento do risco de incêndio daqui a meia dúzia de anos», alerta o autarca.
Rui Ladeira não antecipa nada de bom. Por isso, defende que devem ser as autarquias a definir o que pode ou não ser plantado, e que a fiscalização deve caber ao Estado através do Instituto da Conservação da Natureza.
Os quatro concelhos afetados pelo incêndio do Caramulo foram Tondela, Vouzela, Águeda e Oliveira de Frades.
Rui Ladeira diz que, em Vouzela, o processo está em andamento. Os investimentos programados para a requalificação rondam os 250 mil euros, verbas para requalificar 15 quilómetros de caminhos, 4 quilómetros de estrada e linhas de água em 11 hectares.
Já no caso do município de Oliveira de Frades, o menos afetado pelo incêndio do Caramulo, o autarca Luís Vasconcelos diz que ainda está à espera de cerca de 20 mil euros, que dizem respeito às verbas prometidas pelo Governo. Oliveira de Frades investiu outros 20 mil euros de fundos próprios.
A TSF contactou ainda liga dos Bombeiros Portugueses. O presidente Jaime Marta Soares considera que o país aprendeu e que, um ano depois do fogo do Caramulo, há uma melhoria acentuada na prevenção e no combate aos incêndios.
Jaime Marta Soares não tem dúvidas em afirmar que este ano há o melhor sistema de sempre de combate a incêndios. Em 2014, os incêndios florestais já destruíram uma área de 8.645 hectares, cerca de um quinto do total registado no mesmo período de 2013, referem dados oficiais.