O presidente da Cáritas Portuguesa revelou que a instituição propôs ao Governo a criação de uma Comissão Nacional de Protecção a Idosos.
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Eugénio Fonseca falava à margem do Conselho Geral, que reuniu este fim-de-semana, em Fátima, para debater a evolução dos atendimentos sociais, bem como a situação social e económica do País.
«Tal como existe a Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, já devia ter aparecido uma entidade que fizesse esse trabalho junto dos idosos, até porque neste momento estão a aumentar muito os maus-tratos aos idosos», sustentou.
A proposta - já apresentada ao Ministro da Solidariedade e Segurança Social - resulta das conclusões da última Assembleia Social da Cáritas, realizada no final de Outubro e na qual surgiram algumas denúncias.
«É um fenómeno preocupante porque é muito oculto: há famílias que vão buscar aos idosos as reformas, tirando-os dos centros de dia para poderem ficar com esse dinheiro e, muitas vezes, com violência», acusou o presidente da Cáritas.
Eugénio da Fonseca explicou que em muitos casos surge um familiar que diz estar desempregado e, portanto, já pode cuidar do idoso, embora a razão de fundo se prenda com a necessidade de garantir os rendimentos dos mais velhos.
O presidente da Cáritas Portuguesa revelou ainda que, desde o início de 2011, surgiram 4.645 novos agregados familiares a pedirem ajuda à instituição, uma média mensal de 516 novas famílias carenciadas.