O presidente do PS, Carlos César, considerou hoje natural algumas divergências de "um camarada, dois, três", questionado sobre o eurodeputado Francisco Assis, e destacou a renovação diretiva e unanimidade da moção de António Costa.
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«Francisco Assis é um dos mais notáveis e importantes militantes do partido. Tem dado a sua contribuição, nem sempre de forma contínua, mas continuará a dá-la, tanto mais que tem a responsabilidade de representar o PS e os eleitores portugueses no Parlamento Europeu», elogiou Carlos César, à entrada para o segundo dia de trabalhos, na Feira Internacional de Lisboa.
Assis saiu do pavilhão da FIL sem se dirigir a delegados, militantes e simpatizantes, desagradado com a falta de indicação sobre a hora a que discursaria e decidiu ficar de qualquer dos órgãos nacionais socialistas por divergência com a linha política da equipa dirigente.
«Ainda bem que existem divergências. O tempo, este próximo ano, que vamos viver até às legislativas é de apuramento de todos esses detalhes do ponto de vista estratégico que não estejam já fixados na orientação política ontem aprovada, note-se, por unanimidade», continuou o antigo presidente do Governo Regional dos Açores.
Para César, as «listas, no que diz respeito à Comissão Nacional e Comissão Política, representam o compromisso estabelecido na sequência das eleições primárias e das conversações das últimas semanas, um esforço importante de unidade e representação da pluralidade do PS».
«No que se refere ao Secretariado Nacional, trata-se de um órgão executivo, de gestão política do dia-a-dia, que compete ao secretário-geral escolher e estruturar de acordo com as necessidades que sentirá. É um sinal muito importante, de grande renovação. Nenhum membro fez parte de secretariados anteriores. Este congresso combina o esforço de unidade e de participação com o esforço indispensável de renovação», defendeu.
Para o presidente socialista, «'se houver um camarada, dois, três, que tenham uma divergência relativamente a um aspeto setorial da estratégia política», só há que perspetivar «isso como algo inevitável e que tem sempre de acontecer».
«Francisco Assis não disse nada sobre matérias de política de alianças que outros dirigentes, que até têm grandes responsabilidades nesta direção, não tenham já dito», afirmou ainda.