“Corrida do Entrudo” e o “Desfile Folião”, vão invadir o centro da cidade a partir das 21h00.
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Em Braga, a tradição e o samba andam de mãos dadas neste Carnaval. A cidade bimilenar prepara-se para apresentar duas propostas muito distintas na forma, mas igualmente criativas e alegres.
Sem chuva ou com ela, é certo que a cidade dos arcebispos contará com a “Corrida do Entrudo”. Uma iniciativa recuperada na década de 80 pela Rusga de S. Vicente e que está prevista para as 21h30, na sede da associação localizada na conhecida Rua das Palhotas.
São esperadas centenas de pessoas, num desfile que se quer ruidoso, garantido desde logo pelo grupo de percussão da Universidade do Minho, Bomboémia, para acompanhar as lamentações que têm como centro das atenções o Entrudo, de seu nome Libório Caturra.
“Trata-se de um boneco em palha, vestido com roupas velhas e uma careta de cartão. A estrutura humana é conseguida com recurso a um cabide. Depois o Entrudo deambula pelas ruas”, explica José Pinto, presidente da Associação Rusga de S. Vicente de Braga Grupo Etnográfico do Baixo Minho.
Como no Carnaval ninguém leva a mal, o ponto alto do desfile chega com muita sátira social. Há um ano, os festeiros davam nota das “peripécias” que colocaram o “país às avessas” e muito “falatório”. Quadras preparadas com muita criatividade e que não deixaram de parte a atualidade internacional, marcada pela guerra na Ucrânia.
Segue-se a queima do entrudo, no adro da Igreja de S. Vicente. Contudo, a festa não fica por aqui, pois com tanta folia e a chegada da quaresma, são servidas carnes verdes (porco), broa de milho e vinho verde.
Porém, numa cidade multicultural há ritmos a descobrir e que chegam do outro lado do Atlântico. Pela primeira vez, Braga vai ser palco de um 'Bloquinho de Samba', onde não vai faltar o ´hit da época “Macetando”, de Ivete Sangalo e Ludmilla. A iniciativa está incluída no programa do ´Desfile Folião`, organizado pelo Município de Braga.
A ideia de juntar o samba ao Carnaval bracarense partiu de Lucas de Freitas, um produtor cultural, que reside há quatros anos em Braga, mas é natural do Rio de Janeiro onde esta iniciativa pode chegar até 1 milhão de participantes.
“O bloquinho de samba é um encontro de pessoas. Começa com algumas dezenas, pode ser uma coisa pequena de um bairro ou associação, mas vai crescendo à medida que o carro vai desfilando”, explica.
As previsões apontam para mais de 400 pessoas nesta primeira edição que promete colocar o samba no pé dos bracarenses.
“Queremos trazer a irreverência e a energia do Carnaval para Braga”, afirma. No entanto, o responsável frisa que tudo está a ser pensado de modo a “respeitar a cultura local”.
Quanto à fantasia, essa é obrigatória mesmo que consista apenas num “banho de glitter”.
Este arrastão de alegria irá fechar o desfile composto por 15 associações e que tem saída prevista para as 21h00, no Arco da Porta Nova. O ´Desfile Folião` termina no Largo de São João do Souto com a atuação de DJ´s.
