O Diretor-geral de Alimentação e Veterinária garante que toda a carne será alvo de nova fiscalização. O Ministro da Agricultura reforça que Portugal importa pouca carne brasileira.
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A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária assegura que a carne que chega a Portugal proveniente do Brasil não está contaminada e que não há qualquer perigo para os portugueses.
Das 21 empresas envolvidas no escândalo designado como "Carne Fraca", o caso de carne estragada que é disfarçada com conservantes, apenas quatro têm autorizações para exportar para a União Europeia (UE). A importação de carne de qualquer uma dessas quatro empresas está suspensa.
Fernando Bernardo, Diretor-geral de Alimentação e Veterinária adianta à TSF que toda a carne foi fiscalizada.
"No caso português, no último ano, inspecionámos todas as partidas, 100% das remessas que foram enviadas desses produtos. Ou seja, foram 363 remessas, todas elas inspecionadas e em nenhuma delas se detetou qualquer irregularidade, portanto deram entrada regularmente no nosso mercado", afirmou.
Esta segunda-feira, a Comissão Europeia decidiu que todos os estados-membros devem inspecionar novamente os lotes que chegaram dessas 4 empresas. Fernando Bernardo garante que será possível perceber onde está a carne, pelo que a fiscalização será feita e explica os contornos do caso.
"Tem a ver com a utilização de algumas substâncias que não estão admitidas, que não são autorizadas na Europa e também no Brasil. O uso irregular dessas substâncias, sobretudo aditivos, alguns conservantes e alguns antioxidantes, são as substâncias químicas que estão em causa. É evidente que alguns deles são autorizados, mas no Brasil foram detetados acima dos limites de incorporação que a legislação prevê. Não é propriamente uma situação de grande crise, penso que está a ser um pouco hipertrofiado mas com certeza que as autoridades brasileiras vão tomar as medidas proporcionais para corrigir a situação".
"Não foi detetada carne brasileira estragada em Portugal"
O Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, sublinha que Portugal importa "pouca carne do Brasil, entre 3,5 e 4 cento" e que, "no último ano, não existe notícia de nenhuma desconformidade, apenas irregularidades na rotulagem".
O governo deu instruções para que sejam reforçadas as ações de fiscalização e acompanha a evolução a nível comunitário. Capoulas Santos adianta que "existe um sistema de alerta europeu" e um "sistema de rastreabilidade muito evoluído" que permite acompanhar o circuito da carne.