Carrinhas lotadas e sem proteção. Sindicato da Construção pede intervenção da ACT
Na construção civil são muitos os que continuam a trabalhar sem qualquer proteção e a ser transportados de cidade para cidade em carrinhas de nove lugares que vão lotadas, a denúncia é do presidente do Sindicato da Construção do Norte.
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Na declaração do estado de emergência, o Governo não optou pela suspensão das obras públicas ou privadas e foram apenas reforçadas as medidas de proteção. O sindicato que representa o setor reclama mais dessas mesmas medidas.
O presidente do sindicato da Construção do Norte garante que, apesar de todos os alertas e controlo das autoridades de segurança, todos os dias há trabalhadores transportados em carrinhas lotadas e a atravessar vários concelhos.
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"Andam nas carrinhas de nove lugares, agora deviam ser só cinco, mas vão nove. As autoridades que agora na Páscoa vão estar a controlar deviam estar atentas a estes trabalhadores que não podem circular da forma que circulam. Eles movimentam-se, uns vêm na carrinha que vai para Baião, outros para o Marco de Canaveses, outros para a Amarante, outros para o Porto e no sul é igual."
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Albano Ribeiro diz que são milhares de trabalhadores em risco e dá o exemplo da obra de construção da Barragem do Alto Tâmega, da Iberdrola.
"Naquelas três frentes de trabalho estão cerca de três mil trabalhadores e nenhum fez teste, muitos poucos andam com máscara ou luvas e ali estão muitos espanhóis que vão todos os dias a casa e vêm para Portugal ou ao fim de semana."
O Sindicato da construção defende o rastreio da Covid-19 a todos os trabalhadores do setor da construção civil e pede a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho.
"É de lamentar que o Governo não tivesse tomado a medida de que fosse obrigatório fazer o teste em todas as obras do país. A ACT o que está a fazer?"
Na semana passada a Ordem dos Engenheiros publicou uma série de medidas de segurança e prevenção do contágio por Covid-19 que devem ser adotadas pelos estaleiros de construção... para que o setor continue ativo. A TSF já pediu esclarecimentos à Autoridade para as Condições do Trabalho.