Carris Metropolitana começa a operar no distrito de Lisboa. Utentes queixam-se de falta de informação
Com novas carreiras e a manutenção das atuais, os autocarros passam a ser todos amarelos, num sistema gerido pela empresa pública Transportes Metropolitanos de Lisboa. Utentes queixam-se da falta de informações sobre horários.
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A Carris Metropolitana começou no domingo a operar no distrito de Lisboa, nomeadamente em Oeiras, Sintra e Amadora ("área 1") e em Loures, Odivelas, Mafra e Vila Franca de Xira ("área 2"), com uma oferta reforçada de autocarros.
Com novas carreiras e a manutenção das atuais, os horários podem ser consultados nas paragens ou no website da Carris Metropolitana, onde também é possível usar um "conversor de linhas" que mostra o novo número das carreiras que já existiam.
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Os autocarros passam a ser todos amarelos e com o símbolo da Carris Metropolitana, isto num sistema gerido pela empresa pública Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), mas operado por transportadoras privadas que venceram a concessão das áreas.
No primeiro dia da Carris Metropolitana, os autocarros começaram a chegar bem cedo ao terminal do Campo Grande, mas os utentes não estavam satisfeitos. Queixavam-se da falta de informação sobre a numeração dos autocarros. "Isto está uma confusão", confidenciava uma passageira à TSF.
Outro passageiro esteve à espera mais de uma hora por um autocarro que o levasse à zona de Loures. Um dos motoristas, que não quis ser identificado, estreou-se esta segunda-feira ao leme de um autocarro da Carris Metropolitana e explicava que agora "é dar tempo" para todos se adaptarem.
A Viação Alvorada (que resulta da fusão da Scotturb e da Vimeca) é a nova transportadora da "área 1", realizando ainda ligações intermunicipais com Lisboa e Cascais, e a Rodoviária de Lisboa, juntamente com outras empresas do Grupo Barraqueiro, como a Santo António, a Mafrense ou a Isidoro Duarte, mantém o serviço na "área 2", assegurando viagens intermunicipais com Lisboa.
Cascais e Lisboa mantêm os operadores municipais - a Mobi Cascais e a Carris, respetivamente -, sendo que a operação da Carris Metropolitana no distrito de Lisboa estava inicialmente previsto arrancar em julho de 2022.
Contudo, a falta de viaturas e de motoristas no início da Carris Metropolitana nos concelhos da margem sul da Área Metropolitana de Lisboa (AML), no distrito de Setúbal, levou a TML a adiar o arranque.
Em novembro, a empresa indicou que as operadoras "assumiram estar em condições de iniciar a operação rodoviária" e asseguraram ter "o número de viaturas e de motoristas necessários para a oferta prevista contratualmente, que pressupõe desde logo um aumento significativo de linhas e horários", embora, em declarações à Lusa, o presidente do sindicato dos trabalhadores da Rodoviária de Lisboa, João Casimiro, tenha dito que, nesta empresa, a contratação de mais de 300 motoristas não é "suficiente" para a nova oferta prevista.
Em comunicado, a TML indicou que, nos 18 concelhos da AML, a nova operação rodoviária tem mais de 20 mil horários por dia útil, um aumento de 20% em relação ao serviço anterior à Carris Metropolitana, num total superior a 700 linhas, em que cerca de 13% são novas.