Os instrutores de condução consideram que se os condutores cumprissem o código não se registavam tantos acidentes. Os alunos dizem que ainda não conhecem bem as penalizações da carta por pontos.
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Dos cerca de 10 alunos presentes na aula de código só um sabe o que é a carta de condução por pontos.
Tiago, que ainda nunca teve qualquer aula prática, considera que esta modalidade poderá em alguns casos ser mais permissiva. De qualquer modo, quer ser cumpridor. "Espero não ter contraordenações", afirma Tiago.
A instrutora Luisa Baião concorda com a nova legislação, ?????que no caso de uma infração muito grave, pode levar alguém a perder 5 pontos num total de 12. Se um condutor atingir o limite de pontos terá também de repetir o exame de código.
A instrutora considera que a medida é mais do que acertada." Temos que ter consciência de que há muitas mortes na estrada e de que as pessoas têm que ser cumpridoras do código", diz Luisa Baião.
A instrutora lembra que alguns alunos são cumpridores apenas nas aulas, e que logo a seguir já pensam cometer infrações que consideram menores. Luisa Baião afirma que "muitos saem daqui a dizer que amanhã [depois de terem a carta] já podem fazer isto e aquilo. É a mentalidade deles. Se os alunos cumprissem o que aprendem nas aulas não se verificavam 90 por cento dos acidentes", garante esta instrutora de condução.
Para Olga, aluna de condução de nacionalidade ucraniana, a carta por pontos não assusta e diz mesmo que "temos de ver como andamos [na estrada] e ter cuidado com a vida dos outros".
Outro instrutor, Ezequiel Valente, espera que com esta modalidade não haja tanta discrepância nas decisões dos tribunais. "Não vai acontecer a decisão de um juiz em Faro decidir dar dois meses [de penalização] e outro em Lisboa dar apenas um mês. Assim está preestabelecido e é uma vantagem", afirma.
No entanto, Ezequiel Valente considera que tem de existir mais fiscalização pois "senão continuamos a ser os campeões dos acidentes".
!Queríamos ser campeões de futebol, mas de acidentes não", ironiza.