"Cartazes de ódio e agressividade." Lobo Xavier, Pacheco Pereira e Alexandra Leitão condenam caricatura de Costa
Os comentadores do programa da TSF e CNN Portugal O Princípio da Incerteza são unânimes na condenação dos cartazes exibidos por professores em protesto durante o 10 de Junho.
Corpo do artigo
António Lobo Xavier diz-se revoltado e solidário com António Costa, visado num protesto de professores com cartazes onde o primeiro-ministro é representado com dois lápis a perfurar os olhos e focinho de porco no lugar do nariz.
Em declarações no programa da TSF e CNN Portugal O Princípio da Incerteza, conselheiro de Estado fala numa agressividade inaceitável.
"Os professores entraram numa linha de cartazes absolutamente abjetos. Já não sei dizer se são racistas, se são cartazes de ódio, são cartazes de um extremo mau gosto, de uma extrema agressividade, de uma inaceitável agressividade", condena. "Fazem qualquer pessoa decente e de bem estar do lado do primeiro-ministro e também até do ministro da Educação."
TSF\audio\2023\06\noticias\12\antonio_lobo_xavier_1_profs
António Lobo Xavier manifesta "uma enorme solidariedade" para com António Costa e João Costa e lembra a "responsabilidade especial" dos professores.
"Fiquei revoltado, chocado, e acho que foi o dano maior produzido aos professores, às reivindicações dos professores, e a escola pública."
José Pacheco Pereira também considerou inaceitáveis os cartazes com que António Costa foi recebido durante as comemorações do Dia de Portugal, no sábado, em Peso da Régua.
O historiador e antigo dirigente do PSD fala numa "parte de muito radicalizada dos professores que acompanham este ambiente de radicalização generalizada e deve achar muita graça àqueles cartazes"
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) demarcou-se este domingo de insultos e atos de populismo, na sequência de caricaturas, mas José Pacheco Pereira aponta o dedo a Chega e S.TO.P..
"Isto não é Fenprof, isto é S.TO.P e Chega, porque o Chega tem um papel também nas manifestações dos professores. No meio desta onda de radicalização, por estranho que pareça as estruturas sindicais e o PCP, são um dos menos imunes a essa radicalização completamente perigosa para a nossa democracia", considera.
TSF\audio\2023\06\noticias\12\jose_pacheco_pereira_1_profs
"Os professores têm direito de fazer o que quiserem, usar as imagens que quiserem, e eu tenho direito de dizer que aquilo é praticamente obsceno", aponta.
Alexandra Leitão nota que as caricaturas com olhos furados têm sido uma constante noutros protestos de professores - também já tinha sido exibido um cartaz que representa João Costa com um lápis a trespassar um dos olhos - uma imagem que associa à violência e ao ódio.
"Os cartazes são e grotescos, são insultuosos, não é mau gosto - é péssimo gosto, são um incitamento ao ódio e à violência. Os óculos, os olhos furados, o nariz, tudo aquilo. Acho que aquilo é inqualificável."
TSF\audio\2023\06\noticias\12\alexandra_leitao_1_profs
Este tipo de imagem te sido "uma constante", mas no caso da que representa o ministro da Educação não é "tão grotesco" porque não há uma "animalização" da imagem de João Costa, ao contrário do que mostra o cartaz que representa António Costa.
Alexandra Leitão reconhece a liberdade de expressão e liberdade de manifestação, mas considera que foi ultrapassada uma "linha vermelha".
Depois de ter sido confrontado por muitos professores que aproveitaram o 10 de Junho para se manifestarem na Régua, o primeiro-ministro considerou que os protestos fazem "parte da liberdade e da democracia", mas acabou por se exaltar e acusar de "racismo" um dos manifestantes que empunhavam estes cartazes.