As ilustrações de André Carrilho vão estar em exposição na Casa da Esquina, em Coimbra.
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Numa altura em que o racismo volta a estar na ordem do dia, por causa da turbulência nas ruas de França, após a morte do jovem Nahel, no próximo sábado, a Casa da Esquina, em Coimbra, recebe a exposição "Dicionário da Invisibilidade".
São 20 ilustrações de André Carrilho, que representam pessoas mais ou menos conhecidas, que apesar de terem estado na linha da frente de combates sociais, incluindo o racismo, continuam invisíveis.
São invisíveis, mas deram visibilidade a lutas contra o racismo, pela igualdade de género, o anticolonialismo ou mesmo a defesa do ambiente.
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As ilustrações de André Carrilho, que agora chegam a Coimbra, fazem parte de um livro que tem o mesmo nome que a exposição, "muitas delas menos conhecidas do grande público ou apenas conhecidas em algumas gerações, e que foram muito importantes para várias lutas, indígenas, racistas ou mesmo feministas. Há um largo espectro de lutas políticas e sociais, quem é muito importante", como explica Filipa Alves, da Casa da Esquina.
O Dicionário é o culminar de um trabalho de 3 anos e foi coordenado pela SOS Racismo.
José Falcão, o dirigente, dá o exemplo de um rosto conhecido dos portugueses, mas cujo trabalho no combate contra o racismo ficou na invisibilidade: Zeca Afonso. "Toda a gente o conhece da Grândola, mas e o que é que ele fez quando esteve em África e a dar aulas? Ele era um militante, antirracista e, sobretudo, antifascista. Combateu o racismo. Foi muito o que ele deu", garante. À figura de José Afonso juntam-se outras dos mais variados quadrantes sociais, desportivos, culturais, políticos, "pessoas que deram alguma esperança para que o racismo fosse mitigado".
Filipa Alves explica que esta exposição tinha de passar pela Casa da Esquina porque "se juntaram duas coisas muito boas, um muito bom ilustrador e um muito bom tema de exposição, pois as exposições da Casa da Esquina acabam sempre por estarem relacionadas com causas sociais e políticas".
O ilustrador André Carrilho era para fazer a capa do Dicionário da Invisibilidade e acabou a fazer 20 ilustrações que ganharam um prémio, no ano passado, nos Estados Unidos da América.
De 8 de julho a 15 de setembro, a Casa da Esquina acolhe Dicionário da Invisibilidade, exposição no âmbito do projeto Marquise, que traz à Casa as ilustrações de André Carrilho realizadas para a obra homónima, apresentada pela SOS Racismo.
Dicionário da Invisibilidade é um dicionário de nomes mais ou menos desconhecidos do grande público, pessoas que estiveram em várias linhas da frente de combates sociais. As mais de 3000 entradas, tornam visíveis as lutas contra o racismo, pela igualdade de género, passando pelo anticolonialismo ou a defesa do ambiente.