Os casais que estão à espera há anos falam de vergonha. Estava anunciada para hoje, mas foi novamente adiada a votação para legalizar as chamadas "barrigas de aluguer".
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Trata-se de uma proposta conjunta do PSD e do PS que esta quarta-feira deveria alvo de votação na Comissão de Saúde da Assembleia da República. Resulta de negociações que duraram dois anos, feita a partir de diplomas distintos na altura apresentados pelos dois partidos.
Ontem, uma nova reunião entre os social democratas e os socialistas voltou a adiar a proposta.
O presidente do grupo de trabalho, Miguel Santos, deputado do PSD, diz que os partidos decidiram esclarecer mais algumas dúvidas e pedir um estudo de Direito comparado entre vários países para «perceber qual foi a solução que foi dada e perceber qual é o aproveitamento dessa experiência que nós podemos, de uma forma positiva, englobar no nosso regime».
Miguel Santos compreende a angústia dos casais, «é natural que as expectativas sejam muito elevadas», mas admite que não sabe quando vai existir uma nova lei.
Contactada pela TSF, Filomena Gonçalves, da Associação Portuguesa de Fertilidade, diz que têm recebido muitas chamadas de casais que esperam há demasiado tempo pela lei, sobretudo depois das noticias de há dois anos.
Filomena Gonçalves defende que a lei tem mesmo de mudar, pois não é justo tanto tempo à espera.
A TSF ouviu ainda relatos de quem espera pela lei. Os casais não percebem o que leva o Parlamento a demorar tanto tempo a avançar com a lei, sobretudo quando existe, há dois anos, um acordo político para avançar com uma proposta conjunta. Alguns classificam este novo adiamento como uma vergonha.