Após uma espera de quatro horas nas urgências, um utente terá sequestrado os dois profissionais de saúde no interior do gabinete, onde sujeitou os médicos a atos de violência com cadeiras e a mesa. Os casos de violência em unidades de saúde dispararam no último ano.
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É a terceira agressão a profissionais de saúde conhecida no espaço de uma semana. No último dia de 2019, um casal de médicos foi agredido por um doente sexagenário que terá esperado quatro horas para ser atendido nas urgências.
O caso aconteceu no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, quando o utente começou por agredir verbalmente e ameaçar a médica que o atendia, o que a obrigou a pedir ajuda ao marido, clínico na mesma unidade de saúde, conforme conta esta manhã o Jornal de Notícias .
O utente terá depois sequestrado os dois profissionais de saúde no interior do gabinete, onde sujeitou os médicos a atos de violência com cadeiras e a mesa. O médico terá também entrado em confronto físico com o paciente, e foi um agente da PSP, de serviço no hospital, a travar o conflito, quando arrombou a porta e forçou a entrada na sala.
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Esta ocorrência deu-se no mesmo dia em que um médico acabou com um olho ferido e uma costela fraturada, no Centro de Saúde de Moscavide, em Loures. Ainda no dia 31 de dezembro, o paciente agressor terá lançado agressões verbais contra um médico no Centro de Saúde de Prior Velho, depois de violentar o clínico em Moscavide. O jornal Público reporta esta segunda ocorrência , que terá acontecido na sequência de uma tentativa de obter atestado médico. A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo relatou que não houve confronto físico. "Foi apenas uma agressão verbal", apontou uma fonte da administração regional.
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A Ordem dos Médicos emitirá esta sexta-feira um comunicado para incentivar os médicos a não trabalhar em casos em que a sua segurança não estiver assegurada. Na quinta-feira, surgiram números preocupantes sobre a violência a profissionais de saúde no último ano: mais de 600 incidentes registados nos primeiros meses de 2019, com uma maior incidência de casos de assédio moral ou violência verbal.
A Direção-geral da Saúde regista que, pelo menos desde 2013, houve 4893 notificações de violência contra profissionais de saúde até fim de junho de 2019.
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O Jornal de Notícias dá também conta esta sexta-feira de que um projeto-piloto de instalação de botões de pânico arrancou há seis meses em três unidades de saúde na Amadora e que a experiência já se estendeu ao Centro Hospitalar e Universitário do Porto, com resultados "positivos".