
Lisboa é a cidade onde mais se sente a crise habitacional
Global Imagens (arquivo)
Bairro na freguesia do Beato aguarda 10 dos 400 milhões que a autarquia de Lisboa tem para destinar à Habitação.
Corpo do artigo
Na semana passada, a Câmara de Lisboa anunciou novas casas em bairros sociais. É um plano de ação a 10 anos, onde estão identificadas 24 zonas de intervenção prioritária, que correspondem aos bairros mais degradados da cidade. Para isso, a autarquia da capital tem 400 milhões de euros do PRR. Uma das prioridades em termos de intervenções é o Casal do Pinto, uma zona de 10 hectares na freguesia do Beato que precisa de 10 milhões de euros para ser intervencionada.
TSF\audio\2023\02\noticias\27\jose_milheiro_casal_do_pinto
O plano de pormenor do Casal do Pinto foi aprovado pela autarquia em 2018, ainda durante o mandato de Fernando Medina, e um dos equipamentos sociais já construídos é uma creche. O infantário está pronto, mas ainda não abriu portas às crianças.
No debate que se tem feito sobre habitação, tem-se falado muito em incentivos para a criação de cooperativas. É um argumento político que tem sido usado para mobilizar habitação nova para as famílias, mas que é considerado pouco credível pelo presidente da última cooperativa de habitação a sul do Tejo. À TSF, Jorge Raposo, da Cooperativa Geraldo sem Pavor de Évora, revela que faltam condições para a criação de cooperativas novas.
TSF\audio\2023\02\noticias\27\jorge_raposo_1
"Não acredito que, neste momento, seja possível arrancar no atual quadro com o movimento cooperativo como ele existiu antes, porque não foram criadas as condições para o movimento cooperativo se desenvolver", diz.
Jorge Raposo sublinha que as câmaras tinham mais disponibilidade financeira e agora também não têm terrenos disponíveis. Por outro lado, Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana deixou de ter capacidade de apoiar as cooperativas.