A Polícia Judiciária (PJ) realizou esta manhã buscas às residências de dois antigos ministros das Obras Públicas e do deputado e antigo secretário de Estado, Paulo Campos.
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As buscas, efectuadas pela Polícia Judiciária (PJ), estão relacionadas com uma investigação às Parcerias Público Privadas (PPP) lançadas pelo anterior Governo, e aconteceram depois de uma queixa por prejuízo causado ao Estado, apresentada pelo presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa.
Conta a TVI que o inquérito está a ser conduzido pelo juiz Carlos Alexandre, que acompanhou as buscas, e visa apurar se houve ou não crimes económicos contra os interesses do Estado nas decisões dos governos socialistas.
Fonte judicial adiantou também à agência Lusa que também a casa de uma vogal do conselho de administração das Estradas de Portugal e ex-adjunta de António Mendonça, foi alvo de buscas.
Questionado pela agência Lusa, o antigo ministro das Obras Públicas, Mário Lino, escusou-se a comentar as buscas realizadas à sua casa, justificando que não faz declarações «sobre processos que decorrem na Justiça».
Contactado pela TSF, o antigo ministro António Mendonça confirmou as buscas mas também recusou prestar qualquer declaração.
O Processo
As buscas hoje realizadas fazem parte de um inquérito aberto pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) às Parcerias Público Privadas (PPP) rodoviárias.
De acordo com a agência Lusa, o objetivo era procurar e apreender documentos relacionados com as chamadas PPP's lançadas pelos governos de José Sócrates.
A investigação foi dada a conhecer pelo Procurador-geral da República no início de junho. Na altura, Pinto Monteiro revelou que o assunto estava a ser investigado pelo DIAP havia mais de um mês.
O DIAP constituiu uma equipa especial para o efeito, da qual fazem parte elementos da Polícia Judiciária (PJ) e da Autoridade Tributária e Aduaneira.
Durante os governos de José Sócrates foram lançadas várias PPP's, sobretudo no sector rodoviário.
Entre elas estão a auto-estrada do Norte Litoral, concessionada de 2010 até 2050, pelo valor total de 1900 milhões, a subconcessão rodoviária do Douro Interior, também até 2050 e que vale 2800 milhões, ou o túnel do Marão, pelo mesmo período de tempo, no montante de 1500 milhões mas que tem as obras paradas há mais de um ano.
Notícia atualizada às 22h07