Mariana Vieira da Silva considera que desentendimento entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa "ficou lá atrás".
Corpo do artigo
A ministra da Presidência Mariana Vieira da Silva assume que a polémica que envolve o ministro das Infraestruturas João Galamba e o ex-adjunto Frederico Pinheiro tem "impacto", mas garante que o caso não é a maior preocupação do Governo.
"É evidente que aquilo que aconteceu e tem um impacto e o primeiro-ministro não utiliza adjetivos como "deplorável" sem ter absoluta consciência do impacto dos acontecimentos no ministério das Infraestruturas naquela noite de 26 de abril", afirma Mariana Vieira da Silva em declarações à CNN Portugal.
"Tivemos uma pandemia, uma guerra, temos uma economia para recuperar completamente e devemos o esforço de mostrar aos portugueses que os temas que os preocupam são os temas que estão na base da prioridade do Governo", destaca.
O importante agora, considera a ministra, é garantir que a "comissão parlamentar de inquérito apura o que tem que apurar".
Apesar de assumir que "o que aconteceu, que não devia ter acontecido" e que "é a todos os títulos lamentável", Mariana Vieira da Silva defende que não faz sentido prolongar a polémica.
"Não é a cada dia, ao fim do dia, ou às vezes ao final de cada ronda das inquirições da comissão de inquérito, que devemos tirar conclusões, porque o Parlamento decidiu ouvir um conjunto de pessoas e agora vai ouvi-lo e, no fim, fará uma avaliação", condena.
Sobre o facto de o caso ter motivado a primeira grande cisão entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, a ministra da Presidência desvaloriza: Já é passado. "Essa dimensão que envolveu o primeiro-ministro, o Presidente da República, o Governo, ficou tratada lá atrás", diz.
Quanto à possibilidade de António Costa ser chamado à comissão de inquérito da TAP, a ministra considera que "não há razão para primeiro-ministro ser ouvido", mas ressalva que a decisão cabe aos deputados.
Isto porque o primeiro-ministro não teve "participação direta no objeto que está a ser avaliado na comissão parlamentar de inquérito" - a gestão política da TAP e o despedimento de Alexandra Reis, argumenta.