Casos de tuberculose no Hospital de Portimão devido a falta de rastreio, acusa sindicato
No Hospital de Portimão foi diagnosticada tuberculose a duas enfermeiras do serviço de urgência. Já não é o primeiro caso que aparece neste hospital e o sindicato denuncia que não são feitos os rastreios necessários aos profissionais de saúde.
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Em maio, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) já tinha denunciado casos de profissionais infetados com tuberculose. Na altura era tuberculose latente, ou seja, não transmissível a outras pessoas. Agora apareceram mais duas enfermeiras da urgência de Portimão, mas com tuberculose ativa.
Nuno Manjua ,do SEP, diz que o Centro Hospitalar do Algarve (CHA) não faz o rastreio anual que a lei determina. Segundo o sindicato, em todo o centro hospitalar há apenas um médico de medicina do trabalho e sedeado no Hospital de Faro.
Em maio, depois de terem aparecido os primeiros casos, a Inspeção Geral de Atividades em Saúde (IGAS) confirmou que não existia médico do trabalho nos hospitais de Portimão e Lagos e na ARS, que inclui todos os centros de saúde do Algarve. "O que é gravíssimo", sublinha Nuno Manjua.
Segundo a IGAS, o conselho de administração do Centro Hospitalar comprometeu-se a contratar médicos para fazer esse serviço. "Até agora, nada", garante o sindicalista.
Os enfermeiros adiantam que os doentes deveriam ficar apenas 12 horas na urgência e às vezes ficam dias num open space. Em Portimão, por exemplo, desapareceu um quarto de isolamento que existia para estas doenças transmissíveis por via aérea.
O conselho de administração do Centro Hospitalar garante ser falso que este quarto tenha desaparecido e diz estar a acompanhar e monitorizar os dois casos de tuberculose.
O Centro Hospitalar considera ainda que situações passíveis de ocorrer em todos os hospitais do mundo "estão a ser utilizadas para combate político, pondo em causa a necessária e imprescindível confiança dos cidadãos nos serviços de saúde".